Luis Felipe Miguel
A entrevista de Moro no Roda Viva mostrou que o jornalismo corporativo brasileiro ainda insiste em blindá-lo.
Não é de se estranhar. Moro só existe por causa da imprensa.
É diferente de Bolsonaro, que fez sua carreira como radical de direita apoiado no rebotalho da mídia, nos Marcelo Tas da vida.
Os jornalistas "sérios" o tratavam com condescendência, como um extremista folclórico e inofensivo - embora sua incompatibilidade com o regime democrático já estivesse patente.
Quando chegou a hora, Bolsonaro se impôs à imprensa conservadora, que o apoiou de forma envergonhada, ainda que decidida.
Com Moro é diferente. Moro é uma criação do jornalismo, que fez de uma operação ilegal e corrupta como a Lava Jato o instrumento de purificação do Brasil.
Que fez de um juiz medíocre e desonesto o nosso salvador.
E que continua mascarando o mais que pode as características que o definem: um despreparado. Um lambe-botas. Um autoritário. Um fascista.
Caso mostrasse Moro como de fato ele é, a imprensa brasileira arriscaria mostrar um pouco como de fato ela é.
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