Nova lambança no MEC
É “imprecionante”. Na sexta-feira, o ministro Abraham Weintraub disse ter comandado o “melhor Enem de todos os tempos”. Horas depois, foi desmentido por quem fez o exame. Pelas redes sociais, estudantes denunciaram erros na correção e no lançamento das notas.
“O aluno respondeu a prova cinza e veio o gabarito da prova amarela ”, resumiu o presidente do Inep. Alexandre Lope sé o quarto burocrata a ocupar o cargo em apenas um ano. A alta rotatividade expõe a falta de rumos do MEC no governo Bolsonaro.
A lambança no Enem é a cara de Weintraub. Ao atacar as universidades públicas, o ministro ofendeu professores e mostrou desprezo pelo ensino superior. Ao escrever coisas como “imprecionante”, “paralização” e“suspenção ”, agrediu o idioma evirou piada entre alunos do ensino fundamental.
Weintraub se tornou uma espécie de Seu Creysson do bolsonarismo. O personagem do Casseta & Planeta também combinava o ar pretensioso com os erros de português. A diferença entre os dois é que o ministro não tem a menor graça. A cada aparição circense, com ou sem guarda-chuva, só deixa claro que não tem condições para exercer o cargo.
O olavete não foi escolhido por sua capacidade de gestão. Chegou lá porque está alinhado à extrema direita no poder. Até a semana passada, ele competia em sectarismo e agressividade com Roberto Alvim. Só não cometeu o erro de plagiar o ideólogo da turma.
Há 34 anos, Celso Furtado assumia o Ministério da Cultura no embalo da redemocratização. “A primeira condição para que exista uma política cultural é que a cidadania desfrute de um clima de liberdade”, afirmou, em discurso contra o dirigismo e a censura.
Ontem a viúva do economista disse ter sentido “dor e tristeza” ao ouvir as palavras de Regina Duarte. Prestes a herdar o que restou da pasta, a atriz se declarou “noiva” de Bolsonaro. “Parece que ela aceitou o convite para fazer o que o mestre mandar. Estou arrasada”, desabafou Rosa Freire d’Aguiar, jornalista e tradutora premiada.
Weintraub anunciou o “melhor Enem de todos os tempos”. Horas depois, foi desmentido pelos alunos. A nova lambança expôs o despreparo do ministro
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