sábado, 18 de janeiro de 2020

O dia seguinte


Claudio Guedes

Um dia após

Roberto Alvim, no vídeo da sua vida, representou um papel que buscou com determinação desde que foi convocado pelo autoritarismo. Sua perfomance na gravação beira à perfeição: um Goebbels recriado ao sul do planeta no século XXI. Figurino, cenografia, música e texto. E a entonação da voz? Buscando no timbre a afirmação de uma liderança que nunca teve e apenas sonhou.

Durou menos do que ele esperava, acho que Alvim imaginou mais alguns tantos atos.

Foi esvurmado no início do delírio. Leva consigo não mais que alguns parcos minutos da atenção nacional e um pouquinho da global, em pequenas manchetes, notas de perplexidade e indignação.

Hoje, um dia após, é apenas parte da escória bolsonarista no opróbio.

Que o futuro lhe cobre uma amarga conta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário