Claudio Guedes
“Em um só documento, Jair Bolsonaro confirmou as acusações estrangeiras e brasileiras aos seus propósitos destrutivos para a Amazônia, atestou serem mentirosas afirmações suas na Mensagem ao Congresso sobre 2019-2020, e expôs o país a graves reações internacionais.
Tudo isso em uma sentença de morte da Amazônia sob a forma de projeto mandado ao Congresso: a abertura da região, inclusive das reservas indígenas e dos parques nacionais, a toda exploração empresarial.” (Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo, 8/02)
As palavras do decano do jornalismo nacional - o que sobrou dele - sintetizam a sanha destrutiva do governo Bolsonaro sobre a Amazônia. É apenas e tão somente parte do processo de destruição em curso que atinge desde direitos do mundo do trabalho, passando pelo sucateamento da educação pública, pela asfixia nos processos de criação cultural, pelo isolamento do país no mundo e pelo aniquilamento do estado enquanto instrumento de formulação e operação de políticas públicas distributivistas.
Será que este projeto de país arrasado encontrará eco na maioria da sociedade brasileira?
Não creio.
Talvez por algum tempo, mas não será duradouro. Os ganhos num processo destrutivo tão amplo - sim, porque mesmo na guerra há os que usufruem lucros consideráveis - serão restritos a uma minoria, mesmo entre os setores tradicionalmente privilegiados da elitista sociedade brasileira.
Derrotar os profetas do aniquilamento da nação - economistas ultra-liberais, pastores evangélicos vigaristas, militares conservadores e fascistas tropicais - é uma tarefa exequível.
Clareza, determinação e generosidade das forças de oposição - sobretudo respeitando as vozes individuais dos que se colocam, por variadas motivações, contra o projeto bolsonarista - podem reverter a fúria destrutiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário