Henning Albert Boilesen (Copenhague, 14 de fevereiro de 1916 - São Paulo, 15 de abril de 1971) foi um empresário dinamarquês radicado no Brasil, presidente da Ultragás e fundador do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola. Foi assassinado por militantes do MRT e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo, SP.
Boilesen foi uma pessoa muito influente na indústria brasileira na época da ditadura, tendo em seu currículo a participação na fundação do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, a presidência da Ultragás e a presidência do Rotary.
Boilesen foi um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).
Presidente do grupo Ultra, Boilesen foi executado a tiros por militantes de duas organizações de esquerda, na manhã de 15 de abril de 1971, nos Jardins em São Paulo. Seus executores dizem que o escolheram como exemplo para um justiçamento, acusando-o de ajudar no financiamento da repressão e de assistir a sessões de tortura de presos políticos.
Dizem também que Boilesen gozava da intimidade dos agentes de segurança da OBAN e que haveria até um instrumento de tortura conhecida como Pianola Boilesen, em homenagem ao empresário que trouxe do exterior uma máquina de eletro-choque acionada por teclado.
O documentário Cidadão Boilesen de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário. O documentário afirma que Boilesen era um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos típicos dos seres humanos. O filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente no início do século passado; além de entrevistar amigos, colaboradores civis e militares do empresário, o filho mais velho deste, o cônsul americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos militantes que participaram da morte de Boilesen. Contém ainda depoimentos de figuras como o ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Paulo Egídio Martins, Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o hábito do empresário de assistir as sessões de tortura, confirmado por testemunhos de militares e militantes da época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário