sexta-feira, 20 de março de 2020

Reinações de Bananinha

Além de lançar o apelido “Eduardo Bananinha”, o general Mourão disse que filho de presidente não fala pelo governo. O vice andava calado. Volta à cena no momento em que Bolsonaro, o pai, começa a enfrentar panelaços e pedidos de impeachment
Bernardo Mello Franco 

No momento em que o Brasil começa a contar mortos pelo coronavírus, o deputado Eduardo Bolsonaro resolveu fabricar uma crise diplomática.

Na noite de quarta, o Zero Três culpou a China pela pandemia. No mesmo tuíte, sugeriu a derrubada do regime comunista, que governa o país há 70 anos.

A provocação enfureceu a embaixada chinesa em Brasília. Não e rapar amenos. ACh in aéo maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, foi responsável por 65% do superavit na nossa balança comercial. Em resposta ao ataque, o embaixador Yang Wanming acusou Eduardo de imitar seus “queridos amigos”. Referiase ao presidente americano Donald Trump, que politiza a doença e espalha preconceito contra os asiáticos.

Além de ofender os chineses, a molecagem do Zero Três irritou o empresariado e a cúpula do Congresso. Em vez de esfriar acrise, o ministro Ernesto Araújo grosseria. Num anota desastrada, ele cobrou retratação do agredido e passou amão na cabeçado agressor. A atitude reforçou seu status de chanceler decorativo, que desonra o Itamaraty para adular o filho do chefe.

Em perfil publicadona revista“Piauí ”, are pórter Thais Bilenky contou que os amigos de Eduardo costumavam chamá-lo de “Loide”. O apelido fazia referência ao filme “Debi & Loide: Dois Idiotas em Apuros”. Só um néscio teria a ideia de atacar uma nação amiga que acaba de perder 3.245 pessoas para o coronavírus. Graças a uma mobilização em massa, a China virou o jogo e passou a enviar médicos e equipamentos a outros países.

Ontem o embaixador Wanming escreveu que quem insiste em atacar o povo chinês “acaba sempre dando um tiro no próprio pé ”. Para agitara claque de ultra direita, Eduardo pode ter alvejado milhares de brasileiros que serão infectados nas próximas semanas.

O vice Hamilton Mourão, que andava calado, reapareceu para dizer que o deputado não fala pelo governo. “Se o nome dele fosse Eduardo Bananinha, não era problema”, ironizou. Depois dese apresentar como um moderado entre radicais, o general havia submergido. Ele ressurge no momento em que Bolsonaro, o pai, começa a enfrentar panelaços e pedidos de impeachment.

Mourão andava calado, mas voltou à cena para ironizar o filho do presidente. O vice ressurge no momento em que Bolsonaro enfrenta panelaços e pedidos de impeachment.

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