Leonardo Valente
Há quase um século, em um esforço sem precedentes voltado para a destruição provocada pela Segunda Guerra Mundial, as potências envolvidas conseguiram produzir cerca de 15 milhões de rifles (metade nos dois primeiros anos), 157 mil aeronaves de combate, quase dois milhões de embarcações, mais que dobraram a produção de petroleo de alguns países para sustentarem a máquina de guerra, entre outras muitas façanhas que custaram cerca de 4,3 trilhões de dólares, e que resultaram na morte de cerca de 80 milhões de pessoas.
Hoje, para salvar cerca de 7 bilhões de pessoas, a Humanidade precisaria de 14 bilhões de doses, de meia dúzia de vacinas já desenvolvidas. Precisaria apenas de produção e de logística de conservação e de aplicação. Em vez de aviões, vacinas, no lugar de tanques e embarcações, geladeiras. Um século depois de todo aquele esforço da Segunda Guerra, e todo aquele custo. Precisamos apenas de vacinas. E tem gente que fala em pelo menos três anos (no mínimo) para se chegar a algo perto disso, sem garantia de sucesso. Há incertezas até no prazo de vacinação dos países ricos, imaginem os miseráveis.
Vocês realmente acreditam que não temos condições?
Sabem os motivos? Resumem-se em duas palavras: patente e lucro, uma atrelada à outra. Se alguém ainda acha que o liberalismo não é uma ameaça tão perigosa como os vírus, sugiro a reflexão.
Nota: por favor, não me venham com o blá-blá-blá de que as pesquisas custaram milhões para as empresas, não me façam perder tempo com isso.
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