Juca Kfouri
O Tigres é um time lento, velho e pior que o Palmeiras. Pensemos no Bayern Munique, aí sim, será difícil.
Eis a tônica do tradicional autoengano brasileiro ou o me engana que eu gosto para agradar torcedor e não ser agredido nas redes antissociais.
Daí o Tigres bota o Palmeiras no bolso, Weverton tem de fazer milagres, o time mexicano é muito mais perigoso, ganha o jogo por 1 a 0 e elimina os brasileiros, mata o sonho do título inédito.
Porque há muita gente que se recusa a aceitar que o futebol brasileiro está na segunda divisão mundial, não bota mais medo em ninguém e que, no máximo, temos times para consumo interno —ou no limite das fronteiras da América do Sul.
Aliás, o que o Flamengo fez em 2019 foi excepcional, ao levar o jogo para prorrogação contra o fortíssimo Liverpool.
Vencer o Mundial de Clubes parece tarefa assim como querer que o campeão brasileiro de basquete ganhe do Los Angeles Lakers, embora a diferença para o Tigres não seja desse tamanho, como é para o Bayern Munique.
O futebol nacional caiu tanto que a derrota para o Tigres dói menos que a para o Manchester United, em 1999.
Porque, então, o Palmeiras jogou melhor, diferentemente do acontecido em Doha, quando o Tigres sobrou no gramado.
O dia em que cairmos na real, olharmos para dentro com olhar crítico e exigente de mudanças estruturais no modo de gestão dos clubes brasileiro, talvez as coisas comecem a mudar.
Afinal, o Palmeiras ganhou neste ano o campeonato do estado dele, a taça do continente dele e ainda pode ganhar a copa do país dele.
Definitivamente não é pouca coisa, aliás é muita, quase tudo que qualquer time pode almejar.
Apenas não dá para enfrentar LeBron James. Ou Lewandowski.
Ou até mesmo André-Pierre Gignac, o artilheiro francês do Tigres campeão da América que, aos 35 anos, mete medo.
Porque Pelé, Mané Garrincha, Didi, Gerson, Tostão, Rivellino, Romário, Ronaldos, Rivaldo, fazem parte do passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário