terça-feira, 30 de março de 2021

Não existem militares democratas, moderados ou independentes


Muito jornalista que divulga versões em off de generais precisaria ter mais visão crítica em relação a suas fontes, porque vêm errando demais. A tese de que milicos se incomodam com Bolsonaro e buscam controlá-lo já foi desmentida pelos fatos inúmeras vezes. 

Os jornalistas que propagam sem senso crítico essa "oposição" ou independência dos militares em relação a Bolsonaro agem como assessores de imprensa informais dos milicos, ajudando a divulgar uma postura altiva dos fardados que nunca existiu. O fato é que Bolsonaro fez o que quis. 

As mesmas fontes, pelas bocas dos jornalistas, diziam que milicos não aceitariam a demissão de Santos Cruz, como ontem também afirmavam que não aceitariam a de Pujol, para depois aceitar tudo como têm feito sempre. Militares são o governo Bolsonaro e isso só fica mais claro. 

Boa parte desses jornalistas erra também ao difundir a crença na existência de militares "moderados" ou "democratas". São moderados que, como Santos Cruz, relativizam tortura e golpe de estado quando perguntados sobre 1964 e que foram ao Haiti matar negros nas favelas.
 
As Forças Armadas pós 1964 se esforçaram para fazer o controle ideológico de seus membros e impedir que houvesse alas de esquerda em suas fileiras, como os setores de milicos do Partidão que havia antes do golpe. O resultado é que praticamente todo militar é de extrema direita. 

Tanto que é bem difícil ver um militar, mesmo entre os tidos como moderados, dizer que 1964 foi um absurdo e que Ustra era um monstro. Se alguém souber, me avise. 

Com os PMs ditos moderados não é muito diferente. Está cheio de PM que paga de democrático e até engana alguns com essa postura, mas quando você ouve com atenção percebe que defende massacre do Carandiru, bala de borracha em manifestante e mata-leão em trabalhador. 



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