Chegamos aos 300 mil, mas a verdade é que os números não querem dizer mais nada.
Chegamos aos 300 mil sabendo que os 400 mil estão ali na esquina.
Depois os 500 mil, e assim por diante. O céu é o limite - e o inferno já está aqui.
A preocupação principal do governo é impedir que o presidente seja chamado de genocida. Só isso dá um indício de como é sem fundo o buraco em que nos metemos.
Bolsonaro continua como sempre esteve. Pressionado, dá um aceno fingido para a racionalidade, mas no minuto seguinte volta atrás.
Mente, sem parar. Parece o suficiente para agradar sua base fiel.
A notícia de hoje é que, incomodado com as críticas a Ernesto Araújo, um dos responsáveis pela catástrofe por sua política de isolamento absoluto do Brasil, Bolsonaro decidiu que vai mantê-lo no cargo.
É claro - bater o pé que nem um machinho contrariado é mais importante do que salvar vidas.
Nos Estados Unidos, que estão vacinando em massa, o número de novos casos de Covid caiu cerca de 90% do início do ano para cá.
Já nós continuamos com a curva ascendente, batendo nos 100 mil novos registros diários.
Não era para ser assim. Embora um país pobre, o Brasil sempre teve os recursos e a expertise para garantir a vacinação de toda a sua população.
Poderíamos estar caminhando para o fim desse pesadelo, em vez de nos afundando cada vez mais nele.
Mas temos um criminoso na presidência, colocado lá por um consórcio de criminosos.
E mantido no cargo porque, não só para Bolsonaro, mas para milhões de brasileiros, incluída aí a maior parte da nossa elite econômica, política, judiciária e militar, a vida humana não é um valor digno de nota.
Triste Brasil.
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