sábado, 19 de janeiro de 2019

Decepcionados com 15 dias de Bolsonaro, analfabetos políticos aguardam a hora de votar em Doria, Moro ou Amoedo

Gabriela Souto

Sabe essa moçadinha que está decepcionada com o Bolsonaro com menos de um mês de governo? Votaram no Alckmin, votaram no Serra, votaram no Aécio e daqui 4 anos irão votar no Doria, no Moro ou no Amoedo. Quando se é analfabeto político vota-se no primeiro moralista de plantão. Esse pessoal nunca vai entender que política não é debate entre quem "rouba mais ou quem rouba menos". Corrupção é crime e não alvo de debates políticos. Bater na tecla da corrupção é a maneira mais eficiente de fugir dos temas realmente importantes.

Política é debater qual é o papel do Estado na nossa vida. Política é debater sobre o que são direitos e o que pode ser mercadoria. Política é debater até aonde vai a nossa soberania e as relações econômicas e diplomáticas com outros países. Política é entender se o Estado deve ou não deve fazer políticas sociais para as classes mais pobres e minorias, como a população indígena e a comunidade gay. Política é debater se devemos privatizar a saúde a educação a previdência social ou se isso são responsabilidades do Estado. Política é debater a diferença entre direitos e privilégios. Política é debater sobre a importância do estado laico e a luta constante pela sua manutenção contra lunáticos religiosos e mercenários cujo Deus é o dinheiro e o poder.

Todo mundo que vai para a Europa passear volta maravilhado, mas ignora que aquilo tudo é fruto do que ainda resta do Estado de bem estar social daquelas bandas. E não do neoliberalismo que não funciona em absolutamente nenhum lugar do planeta Terra. Mas quem não quer debater esses assuntos apela para moralismo de fachada e boataria descontrolada.

Aqui e no mundo milhões de pessoas acompanharam estarrecidas a campanha eleitoral de Bolsonaro com seu esquema milionário - e estrangeiro - de mensagens e notícias nas redes sociais. Um notório vagabundo de três décadas que nunca fez nada na vida além de mamar nas tetas do Estado conseguiu convencer grande parte da população de que era honesto e capaz de resolver os nossos problemas.

O resultado é esse que estamos vendo com menos de 20 dias de governo: despreparo, ódio, burrice, capachismo a interesses de fora, guerra aos pobres.

Se a gente conseguir fazer nos próximos 4 anos que pelo menos metade da população brasileira entenda a diferença entre Estado de bem-estar social e comunismo, já teremos avançado 100 anos no processo civilizatório.

Mas para isso eles tem que parar acreditar em boatos de mamadeira de piroca.

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