quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

O frango e o asno em Davos

Manoel Olavo

Bastou o Bozo abrir a boca em Davos e o mundo reagiu assustado. Porque perceberam o óbvio.

Viram se tratar dum extremista de direita, um homem violento e intolerante, cuja capacidade intelectual beira a indigência.

Bastou o Bozo abrir a boca em Davos e a imprensa mundial entendeu que o Brasil está na contramão do mundo civilizado.

Todos sabem que Bozo é adversário da preservação da natureza, contra os direitos das minorias, que representa um risco a democracia.

Bastou o Bozo abrir a boca em Davos e o Ibovespa caiu mil pontos. Mas não caiu só por causa das platitudes e idiotices ditas por ele em Davos.

No mesmo dia, a Arábia Saudita suspendeu a importação do frango brasileiro. Era um dos nossos principais mercados. Significa um enorme prejuízo, inclusive pra gente do agronegócio que apoiou o Bozo.

A suspensão foi uma retaliação à posição da diplomacia brasileira de apoiar, junto com Trump, a mudança da capital de Israel para Jerusalém, agravando o terrível conflito local.

E por que o governo Bozo apóia este absurdo? Porque ele é servil aos EUA e sustentado por fundamentalistas religiosos. Portanto, Bozo defende a crença da ultradireita cristã norte-americana de que, no dia que a capital de Israel voltar a Jerusalém, estará perto a volta de Jesus Cristo à Terra. Pura ideologia religiosa fanática. De matar de inveja qualquer viés, de acordo?

Por apoiar esta insanidade delirante e explosiva, Bozo pôs em risco um dos principais produtos de exportação do país. Fechou mercados e meteu o Brasil no meio duma briga que sequer é nossa.

E que não temos envergadura diplomática para bancar. Tudo em nome da maluquice ultracristã made in USA de Olavo de Carvalho et caterva.

Recado aos ingênuos e isentões: entenderam agora porque não dá pra colocar um asno de ultradireita na Presidência da República?

Nenhum comentário:

Postar um comentário