segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Não existe nenhuma "Lei do Retorno": se você não fizer, ninguém fará por você

Retorno em dólares e poder sem limites.

Fernando Castilho

Alguém inventou uma tal de lei do retorno.

As leis da Física são postulados exaustivamente testados e calculados matematicamente que não podem ser desmentidos ou contrariados.

Mas e a lei do retorno?

Conheço algumas pessoas que creem realmente que a tal lei exista para punir aqueles que cometeram males no passado.

Devido a isso, pessoas com as quais já conversei não se interessam por política, não acompanham o que acontece no cenário nacional e no internacional e desconversam quando toco em assuntos que envolvem o futuro dos brasileiros.

Por quê?

A explicação que elas me deram é que sempre será atingida uma situação de equilíbrio. Dizem que todo aquele sofrimento que os povos alemão e judeu passaram já foi compensado por uma situação de bem-estar.

Dizem também que por mais que Bolsonaro prejudique o país, após ele virá alguém que restabelecerá a situação de equilíbrio novamente.

Além disso, não acreditam que somos protagonistas de nossas vidas, que tudo já está escrito e que nossa vivência agora é somente uma ilusão. 

Para uns a verdadeira vida é a que virá depois, eterna no paraíso.

Para outros, espíritas, só estamos aqui de passagem para nos aperfeiçoar a cada encarnação que vivemos. Já na próxima as coisas tenderão a melhorar para eles. Então, pra que lutar ou se preocupar?

Esse tipo de atitude perante a vida é o que Nietzsche chama de niilismo. Ele vai além. Afirma que essas pessoas blasfemam contra a vida, a única que temos na verdade.

Minha intenção aqui não é ofender ninguém que tenha essas crenças, mas somente iniciar uma reflexão sobre o assunto.

Falo mais detalhadamente sobre isso em meu livro Depois que Descemos das Árvores, editora Autografia. Pra quem se interessar mais.

De qualquer forma indago o que aconteceu com a lei do retorno quando ela falhou, por exemplo, com Paulo Maluf?

Maluf é um político que passou a vida inteira de maneira prepotente e autoritária, pisou em um número imensurável de pessoas, praticou todo o tipo de males, roubou, enriqueceu à custa dos pobres, enfim, foi o mal em pessoa. Só agora no fim da vida paga um preço muito baixo pelo que fez?

Na outra ponta, conheço uma pessoa que sofreu a vida toda de maneira inacreditável e ainda agora, na velhice, não foi contemplada com uma compensação, por pequena que seja, sequer. Falhou de novo a lei do retorno?

Infelizmente essas coisas nos são colocadas à frente para que esqueçamos que devemos ser os protagonistas de nossas vidas e deixemos a vida nos levar como se o Universo, o Cosmos fosse harmônico e perfeito como Aristóteles acreditava.

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