domingo, 31 de março de 2019

Torturadores da ditadura transformaram-se em bicheiros e milicianos


1 - A famosa "grande guerra do bicho", pegou fogo na disputa pelo espólio do capo China da Saúde, em 1981. O fuzuê ali envolveu cenas de traição, assassinatos em série, fugas espetaculares, e culminou com a queima do Mariel Mariscot em pleno centro do Rio durante o dia.

2- Mariel, egresso do esquadrão da morte e expulso da Scuderie Le Cocq na década de 1970, queria entrar no negócio da contravenção. Gente que aparentemente não tinha relações com a contravenção entrou na roda, fortalezas foram estouradas.

3 - No final houve uma reconfiguração da geopolítica do bicho, a redivisão de territórios, o fortalecimento da cúpula formada em 1975, a diversificação de atividades criminosas, a captura definitiva das escolas de samba e uma nova estabilidade.

4 - A estabilidade foi quebrada com a disputa pelo espólio de Castor de Andrade e a polêmica sobre os caça-níqueis, introduzidos aqui pela Máfia Corsa em conluio com parte da cúpula.

5 - Foi nesse processo que a "tigrada" dos porões da tortura da ditadura militar passou a ser cooptada, com o desmonte do regime, pelos capos do bicho para trabalhar como tropa de choque

6 - As diversas reconfigurações do crime desembocam na configuração posterior das milicias cariocas.

7 - O grupo do presidente do Brasil nas forças armadas é exatamente o do "pessoal dos porões" que foi recrutado para formar milícias a serviço da contravenção, levando a expertise forjada na pratica sistemática da tortura e do assassinato seletivo.

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