quinta-feira, 21 de março de 2019

Cessão da Base de Alcântara é crime de alta traição

Elias Machado

O que uma boa parte dos brasileiros ainda parece não ter se dado conta é que a cessão da Base de Alcântara, que por qualquer ângulo que se avalie é um crime de alta traição aos interesses estratégicos do Brasil, significa, na prática, três coisas: 1) uma vez que o acordo seja ratificado pelo Congresso Nacional a Base de Alcântara passará oficialmente para as mãos das tropas dos Estados Unidos e passaremos a ter, como Cuba no caso de Guantánamo, um território dentro do Brasil, que pertence a uma potência estrangeira e que poderá utilizar o território brasileiro para o lançamento de ataques a outros países em suas guerras imperiais (tanto lançamento de foguetes como para escalas de seus aviões - não esqueçamos que a infame prisão que tortura presos sem processo legal está localizada em Guantánamo); 2) o Brasil pode ir dando adeus definitivo ao seu programa aeroespacial porque os Estados Unidos jamais permitirão - estando com suas tropas aqui dentro e com uma base de lançamento de foguetes a menos de duas horas de Brasília (tanto civis como militares) - que o Governo brasileiro tenha uma política internacional independente. Mais ou menos como acontece com todos os países em que mantém tropas estacionadas na Europa (Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Reino Unido ou na Ásia, como o Japão) e 3) como parceiro estratégico de uma potência imperial, em um acordo em que nada tem a ganhar, o Brasil pode ter muito a perder porque passará a ser identificado pelos inimigos dos Estados Unidos - qualquer país que queira defender seus interesses estratégicos e sua independência - como um inimigo, em muitos casos países vizinhos e até hoje amigos, como Bolívia, Cuba e Venezuela ou extremamente estratégicos na geopolítica mundial como parceiros econômicos e políticos como China, Rússia e Irã.

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