sábado, 30 de março de 2019

Brasil entrega soberania nacional em troca de migalhas para políticos e militares corruptos


Elias Machado

Com uns oficiais superiores destes calibre não é de estranhar que a única alternativa do Brasil seja a entrega das riquezas do país como o pré-sal, o urânio e suas águas; das empresas estratégicas como Elbit, Mectron, Embraer, Petrobras, Infraero, Eletrobras, Nuclebras e de tecnologias de ponta como a da exploração de petróleo em águas profundas, a das centrífugas nucleares e dos avanços biotecnológicos na produção vegetal e animal. Ora, ora, o Brasil, que tem a melhor localização base de lançamento de satélites do mundo devido a proximidade do Equador; que é o único dos cinco grandes países que não conseguiu concluir seu programa aeroespacial - possivelmente por causa de sabotagem do exterior - resolve entregar a sua base para um país estrangeiro em troca de 1% de um mercado de 1 trilhão de dólares em 2040, o que corresponde a apenas 3,5 bilhões de dólares. A dimensão do crime de lesa-pátria está em que somente no caso do pré-sal o Brasil abriu mão de uma riqueza comprovada que está avaliada em 30 trilhões e, pior ainda, renunciou a 1 trilhão de reais ao isentar as petroleiras que vão extrair o nosso petróleo do pagamento de impostos por 40 anos.

Em troca dessa migalha de 3,5 bilhões, que é uma ninharia perto do que o país poderia ganhar se tivesse condições próprias de usar a sua base, o Brasil se compromete a não utilizar a Base de Alcântara para fins militares e, na prática, renuncia ao seu direito soberano de se defender de ataques de potências estrangeiras hostis e como justificativa o ministro, um tenente-coronel da Aeronáutica, cita que o Brasil é signatário do Tratado assinado no governo de FHC em 1995, um ano antes da tentativa de assinatura da entrega da Base de Alcântara em 1996, naquela época impedida pelo Senado Federal. Dos três grandes países que lançaram programas aeroespaciais no final dos anos 50 e começo dos anos 60 (Brasil, China e Índia) o Brasil é o único que não teve competência para desenvolver um VLS, o que o colocaria ao lado dos Estados Unidos e da Rússia. Na atualidade, um país que não tem um programa aeroespacial não tem condições de competitividade econômica, na defesa de sua soberania e de participação efetiva no comando da geopolítica mundial, tendo obrigatoriamente que se aliar a quem detém este tipo de tecnologia para se defender de agressões externas como aconteceu com a Síria de Bashar Al-Assad ou, mais recentemente com a Venezuela, que firmaram acordos com a Rússia. Se não tiver condições de se defender deste tipo de ataque um país pode ser totalmente destruído como ocorreu com a Iugoslávia em 1999, com o Iraque em 2001 ou com a Líbia em 2011, atacados sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU pelos Estados Unidos e pela OTAN.

E o que é mais grave se este acordo vier a ser referendado pelo congresso nacional, como se sabe, o fato da existência deste tratado somente servirá para impedir que o Brasil utilize a Base de Alcântara para fins militares. Todo mundo sabe que os Estados Unidos descumprem todos os tratados que assinam e utilizam os tratados internacionais apenas para reafirmar seus interesses estratégicos. O que significa que, uma vez instaladas em Alcântara, ninguém vai impedir que as tropas dos Estados Unidos utilizem a base para o que for de seu interesse e conveniência. Como estes oficiais superiores das Forças Armadas que dão sustentação ao desgoverno do atraso, da ignorância e da filosofia do ódio como política oficial de Estado são todos entreguistas e subservientes aos interesses estratégicos dos Estados Unidos o que se espera é que a oposição, os líderes sindicais e dos movimentos sociais se mobilizem para impedir mais este crime contra os interesses estratégicos do Brasil porque, na prática, depois que se entregar a Base de Alcântara para as tropas do Pentágono o Brasil vai voltar a ser tutelado por uma metrópole estrangeira, renunciando aos seus legítimos interesses de soberania porque, entre outras coisas, sequer poderá utilizar sua Base para o lançamento de foguetes militares para se defender de ataques hostis e, muito possivelmente, sequer para o lançamento de satélites militares de geolocalização, sem os quais não existe a menor possibilidade de obter sucesso em uma guerra na atualidade. A pergunta é: qual país soberano que renuncia ao direito de se defender em caso de agressão externa? 

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