O ritmo das prisões da Lava-Jato segue tentando marcar o ritmo da política. Menos de uma semana depois de sofrer duras derrotas no STF e da determinação de investigações sobre as atividades da Força-Tarefa pelo ministro Dias Toffoli, um dia depois de o responsável pela investigação, ministro Alexandre Moraes anunciar que é um direito da Força-Tarefa o "jus sperniandi", mas que a palavra final é do Supremo, um dia depois de que Rodrigo Maia dissesse que Moro é funcionário de Bolsonaro e que se quiser falar com a presidência da Câmara, diga o que quer para Bolsonaro e que caberá ao presidente conversar e negociar com o presidente da Câmara, um dia depois da entrega da proposta de previdência para os militares que concede diversos privilégios aos oficiais superiores, repassando o principal ônus para os trabalhadores civis e um dia antes das manifestações de amanhã para denunciar a destruição da Previdência Pública, convocadas em todo o Brasil, eis que, como sempre, com base em uma delação, a Lava-Jato anuncia as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco.
Mais claro impossível: se nem Temer, que se prestou a trair Dilma Rousseff e assumir após o golpe parlamentar, entregou o pré-sal, acabou com a CLT, privatizou a mão cheia e nomeou Alexandre Moares está a salvo, o STF, que está na mira da CPI da Toga e Rodrigo Maia, o Botafogo, na Lista da Odebrecht que se cuidem... A questão a saber é até quando a Lava-Jato vai marcar o ritmo da vida política no país, independentemente, do que estabeleça a Constituição sobre as garantias e direitos individuais dos brasileiros e se a oposição vai sair da letargia para propor a sua agenda alternativa de poder. A começar por jogar todas as suas forças nas mobilizações de amanhã para denunciar a destruição da Previdência Pública ou se mais uma vez vai cair na pegadinha como aconteceu antes, mesmo depois do escândalo da tentativa de apropriação ilegal dos 2,5 bilhões da Petrobras...
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