quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Desindustrialização acelerada



Artur Araújo

DA ARTE DE MENTIR COM PEDAÇOS DA VERDADE

Grande queima de fogos ocupa a mídia grande: a indústria brasileira "reage" e cresce estrondosos 0,8% entre julho e agosto deste ano.

A crer nos caras, agora vai!

No entanto, é no entretanto dos detalhes que o rabo do gato denuncia o bicho inteiro.

Em relação a agosto de 2018, a produção caiu 2,3%.
Nos últimos 12 meses, a queda foi de 1,7%.
As projeções para o final deste ano são de redução de 0,9%.

Mais preocupante ainda: o "salto produtivo" de agosto é fruto quase exclusivo do pulo de 6,6% da "indústria" extrativa (minério de ferro e petróleo bruto) mais extração de etanol da cana, mantendo firme a reprimarização da economia brasileira.

Produzimos menos bens de capital (-0,8%), menos vestuário (-7,4%), menos farmoquímicos (-2,7%), menos automóveis (-3%). Na indústria alimentícia, o que cresceu foi açúcar.

Detalhes nada pequenos do destino de nós todos: desindustrialização precoce e retorno à economia do "fazendão com buracos".

Nenhum comentário:

Postar um comentário