quinta-feira, 3 de outubro de 2019

O Agro que se acredita pop comprou um capitão e levou um miliciano no lugar


João Ximenes Braga

Tenho a impressão que Salles vai ganhar um beijo hétero do chefe ao voltar de mãos vazias da Alemanha. Explico:

Dado o amplo apoio do agronegócio ao monstro na campanha eleitoral, todo mundo, eu inclusive, achava que ele ia destruir a Amazônia para plantar soja. Desde eleito, porém, o beócio tem dado sinais de pouco apreço por seus agro-apoiadores, criando diversas situações de animosidade com os principais compradores de seus produtos, do mundo árabe à China, inclusive fazendo um favor aos agricultores europeus ao cuspir o acordo UE-MercoSul no lixo.

Mas nunca deixou de dar apoio a garimpeiro, grileiro, madeireiro. O Agro que se acredita pop comprou um capitão e levou um miliciano no lugar. É entre garimpeiros, madeireiros e grileiros que ele se sente em casa. Por isso não quer dinheiro da Alemanha para fiscalizar a Amazônia.

O agro que se acredita pop e limpinho sempre diz que não são vilões da natureza, pois estão produzindo alimentos necessários à humanidade.

Garimpeiros, grileiros e madeireiros não plantam nada no lugar do que destroem. É pura devastação. É com eles que Bolsonaro se sente à vontade, pois é tudo que sabe fazer: devastar.

Devastar o Estado, a floresta, a cultura, a educação, a economia e, sobretudo, a alma.

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