terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Onde estão os traficantes de drogas e armas?


Cadu de Castro

Disse inúmeras vezes e repito: o tráfico de drogas e de armas são apontados como as atividades mais lucrativas do mundo, isto é, as que geram mais riquezas. No entanto, as mídias hegemônicas insistem desonestamente em localizá-lo nos subúrbios, nos cortiços, nas favelas. Reforçando as estruturas racistas e aporofóbicas (aversão ao pobre).

Ora, como atividades que geram tanta riqueza podem estar circunscritas a ambientes de pobreza e miséria? A quebrada não produz drogas, a quebrada não produz armas. Lá está só o pequeno varejo.

Os grandes traficantes são proprietários de mega-empresas, jornais, rádios, tvs, latifúndios, bancos, igrejas e outros negócios onde lavam o dinheiro podre. São os que financiam e elegem políticos que representam seus interesses em câmaras e no Congresso Nacional.

Os grandes traficantes não estão em celas fétidas e superlotadas dos falidos presídios do país. Os grandes traficantes são chamados de “doutor" e figuram nas colunas sociais. São admirados e exaltados pelas mídias e por parte da população como exemplos da meritocracia: trabalhadores dignos e homens de bem.

Lembram dos 19 kg de pasta base (cocaína em estado mais puro) encontrados na fazenda do Senador Aluízio Nunes? E do avião com 500 kg de cocaína apreendido pela FAB, que havia partido de uma fazenda do Ministro Blairo Maggi? E os 500 kg no helicóptero de Zezé Perrella? E o sargento da Aeronáutica - que tinha inúmeras fotos ao lado de membros da família Bolsonaro - com 39kg de cocaína no avião presidencial?

Ora, acreditar que as ações criminosas das polícias na favela são parte da guerra às drogas é muita inocência, burrice abissal ou racismo puro. É ódio aos pobres e pretos. O combate ao tráfico viraria o país de ponta-cabeças, já disse o traficante Fernandinho Beira Mar.

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