segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

País afunda e mais qualificados vão para o exterior

Novo fôlego da fuga de cérebros do país acende sinal de alerta

Violência, falta de verba para pesquisa e clima político explicam saída de profissionais qualificados


RECEITA PARA DESTRUIR UM PAÍS

Artur Araújo

Crie todas as condições para que seus cidadãos mais bem formados, geralmente com enorme investimento público em sua educação e pesquisas, cheguem à conclusão de que só podem exercer bem suas profissões no exterior.

É tiro certo: quanto menos cérebros, menos resultados dos braços e pernas, menos comida no estômago e menos riqueza nos bolsos.

Nessas condições, o desastre nacional é inevitável.

"Foi uma espécie de tempestade perfeita que fez o economista e professor carioca Claudio Ferraz deixar o Rio de Janeiro em julho deste ano, com a família, para morar e trabalhar em Vancouver, no Canadá, sem data para voltar. Limitações para desenvolver pesquisa, polarização política, mudanças no governo e escalada da violência estão entre os motivos que levaram Ferraz a aceitar um posto de professor na University of British Columbia - além, claro, da possibilidade de intercâmbio profissional.
(...)
O que aconteceu nos últimos anos que o levou, desta vez, a uma decisão diferente? 'A primeira coisa foi a mudança política que começou no governo da Dilma [Rousseff], depois com o impeachment, que é essa crescente polarização e as várias consequências no dia a dia, desde brigas familiares até o estresse diário', diz Ferraz.

A polarização foi seguida foi seguida por um governo, sob a liderança de Jair Bolsonaro, que, na visão do economista, torna difícil acompanhar os jornais. 'Ter que acordar todos os dias e ler o que tem sido feito em ambiente, educação, para quem trabalha com educação superior, pesquisa, é deprimente. O sentimento é de um país que está indo para baixo'."


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