Casemiro Silva
A entrevista de Petra à TV americana é mais uma que deveria servir de exemplo pra esquerda parar de se ancorar em "armadilhas" que uma hora serão usadas para arrancar nossas cabeças. Lembrei-me, na hora, de Ney Matogrosso destilando seu moralismo político formado nas editorias de O Globo, à TV portuguesa. Figuras como Ney, cujo analfabetismo político crônico mostra, logo de cara, com o quê estamos lidando, são, a meu ver, menos nocivas do que figuras como Porchat, Gregório, Petra, Eliane Brum, Freixo e a lista é extensa se formos falar de todos esses, em sua maioria preparados intelectuais, que ocupam o lado esquerdo do "Campo Liberal expandido".
Todos tem a água suja contaminada do "moralismo político" correndo em suas veias. Do mais reacionário Ney ao mais adorado e querido pela esquerda, como Gregório Duvivier, que quando Dilma ainda sangrava nas mãos de Temer e sua quadrilha tentou até onde pode emplacar a expressão "governo indefensável", dando um jeito de bater na vítima pra agradar a ala coxinha a quem prestava satisfação. O mesmo que se apresenta como "feministo" e arrancou sorrisos de Freixo, na convenção do PSOL, ao fazer piada misógina dizendo que o "Rio tá apanhando mais que mulher do pupilo de Paes" (vítima de violência do marido que lhe deferiu dois socos na cara).
Por que eu insisto que essa gente é mais perigosa? Por que passa batida. Assim como deve ter passado batido logo no começo da entrevista de Petra, antes dela falar mal de Bolsonaro reforçar a ideia lá fora de que o Brasil atravessava uma crise de corrupção jamais vista. Com essa gente é assim. O "Ney Matogrosso" baixa rapidinho depois deixa o cavalo livre pra falar suas poesias, suas críticas pertinentes de forma até bem construída. Mas fato é que o recado tá dado. O moralismo político tá ali, a essência do LAVAJATISMO absolutamente preservada e o juiz analfabeto que prendeu Lula pra virar advogado de luxo da maior quadrilha miliciana do país, intocado assim como sua casa-mãe: as Organizações Globo.
Eu insisto que a esquerda precisa "meter o pé" nessa gente o mais rápido possível, pois esse discurso moralista, devidamente eclipsado por críticas de senso comum a isso que chamam de governo, esse discurso de que o país está muito "polarizado" de que nos governos Lula e Dilma a corrupção rolou solta mas no que se apresentou para combatê-los mostrou-se fraco e temeroso, esse discurso cirurgicamente ambíguo que reforça a falsa simetria entre Lula e Bolsonaro é que está pavimentando o caminho da direita de Luciano Huck, Rodrigo Maia e Moro pra 2022.
No lugar se excitar com o Oscar, com Carolina Ferraz, Porta dos Fundos, de ir na onda desse progressismo irritantemente coxinha do Leblon, a esquerda deveria estar é organizando a luta junto aos bravíssimos petroleiros e petroleiras que, na raça e na coragem dão, nesse momento, um importante pontapé inicial para derrubada de Bolsonaro.
Por que o Wagner Moura está na foto? Que eu saiba é o mais radical de esquerda no meio artístico, defende Lula e não compactua com os adoradores da LavaJato
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