terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Brasil é referência mundial em desigualdade


'Parasita': desigualdade na Coreia, mesmo menor que no Brasil, virou tema da cultura pop do país
Filme com seis indicações ao Oscar reflete mal-estar de sul-coreanos, que aparece até em hits de k-pop. Imprensa mundial usa Brasil de referência para dizer que desigualdade podia ser pior.

O sucesso de "Parasita", com seis indicações ao Oscar, gerou interesse sobre o retrato da Coreia do Sul: será que a desigualdade lá é tão grave quanto o filme indica no embate tragicômico entre pobres e milionários? Em busca da resposta, a imprensa mundial usa o Brasil como referência - negativa, no caso.

  • Uma coluna da agência Bloomberg, reproduzida em vários veículos estrangeiros, disse que o filme exagera e faz parecer que "a Coreia do Sul é uma versão asiática do Brasil";
  • Um artigo no jornal "Washington Post" explicou que o país de "Parasita" é desigual, mas não é assim "uma África do Sul ou um Brasil";
  • "Khaleej Times", de Dubai, disse que a Coreia do Sul não é a "distopia" que o filme pinta. Para mostrar que podia ser pior, citou o Brasil.
O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019 da Organização das Nações Unidas (ONU) confirma: na Coreia do Sul, a diferença entre ricos e pobres é maior do que a de vários países desenvolvidos. Por outro lado, o índice coreano não chega perto de lugares desiguais como o Brasil.

"A julgar por 'Parasita', a Coreia do Sul é uma versão asiática do Brasil ou da África do Sul", diz o jornalista inglês David Fickling na Bloomberg. "Na verdade, a Coreia do Sul fez muito melhor que outras sociedades para evitar a desigualdade", ele escreve.

Artigos favoráveis ao retrato de "Parasita" usam os mesmos países para comparar. A coreana-americana Sue Mi Terry, ex-analista da CIA sobre a Coreia do Sul, escreveu no jornal "The Washington Post" que o país "não é uma África do Sul ou um Brasil".

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