'Parasita': desigualdade na Coreia, mesmo menor que no Brasil, virou tema da cultura pop do país
Filme com seis indicações ao Oscar reflete mal-estar de sul-coreanos, que aparece até em hits de k-pop. Imprensa mundial usa Brasil de referência para dizer que desigualdade podia ser pior.
O sucesso de "Parasita", com
seis indicações ao Oscar, gerou interesse sobre o retrato da Coreia do
Sul: será que a desigualdade lá é tão grave quanto o filme indica no embate
tragicômico entre pobres e milionários? Em busca da resposta, a imprensa
mundial usa o Brasil como referência - negativa, no caso.
- Uma coluna da agência Bloomberg, reproduzida em vários veículos estrangeiros, disse que o filme exagera e faz parecer que "a Coreia do Sul é uma versão asiática do Brasil";
- Um artigo no jornal "Washington Post" explicou que o país de "Parasita" é desigual, mas não é assim "uma África do Sul ou um Brasil";
- O "Khaleej Times", de Dubai, disse que
a Coreia do Sul não é a "distopia" que o filme pinta. Para
mostrar que podia ser pior, citou o Brasil.
O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019 da Organização
das Nações Unidas (ONU) confirma: na Coreia do Sul, a diferença entre ricos e pobres
é maior do que a de vários países desenvolvidos. Por outro lado, o índice
coreano não chega perto de lugares desiguais como o Brasil.
"A julgar por 'Parasita', a Coreia do Sul é uma versão
asiática do Brasil ou da África do Sul", diz o jornalista inglês David
Fickling na Bloomberg. "Na verdade, a Coreia do Sul fez muito melhor que
outras sociedades para evitar a desigualdade", ele escreve.
Artigos favoráveis ao retrato de "Parasita" usam
os mesmos países para comparar. A coreana-americana Sue Mi Terry, ex-analista
da CIA sobre a Coreia do Sul, escreveu no jornal "The Washington
Post" que o país "não é uma África do Sul ou um Brasil".
Depois de Outubro de 2018, Brasil não sai das paradas ( negativas)
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