sábado, 2 de janeiro de 2021

Brasil tem 2,6% da população do mundo e 11% do total de mortos por covid-19


Diante do fato que registrei em post anterior – o descompasso entre a população brasileira (2,6% da população da Terra) e a porcentagem de mortos pela Covid-19 até agora, pouco menos de 11%, 198 mil do total de 1,8 milhão – busco uma explicação, como certamente tentarão muitos outros, curiosos ou cientistas, no futuro.

Olho o mapa mundi e a distribuição da doença.

A chave para a compreensão do fenômeno parece ser algo que tenho ouvido, com frequência, de pessoas comuns. Elas dizem que “se cuidam”. Suponho que melhor estaríamos se dissessem “cuidamos  dos outros”.

Brasil, Estados Unidos – lamentavelmente também a Europa, em que pese a memória do quanto a solidariedade lhe valeu nas últmas grandes guerras – são países em que cada um cuida de si, cidadelas do individualismo, fantasia segundo a qual as pessoas existem (sentem, pensam, agem) independentemente das sociedades e culturas que as moldaram.

Esse é, creio, o fator mais importante, que nos leva a governos fracos, embora arrrogantes, incapazes de gerir o bem comum.

Há também o reducionismo. Mesmo gente supostamente culta – penso nos bacharéis, militares, financistas, até médicos – não consegue entender o mecanismo da imunização cruzada pelo qual vacinas com porcentagem de eficácia de 70 por cento ou mais conseguem imunizar cem por cento de uma população.

Há cálculos matemáticos que, considerando a porcentagem de eficácia da vacina e da sua aplicação em uma população, estabelecem os valores necessários para isso, mas é algo que escapa ao empiricismo simplório desses nossos intelectuais da planície, que não consegue pensar a doença e o contágio senão como fato aleatório que não admite trato probabilístico.


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