"Chefe, o Brasil está quebrado".
Algumas frases têm farta chance de entrar para a história. Negativamente. Basta uma palavra mal escolhida.
O Brasil está o quê?
"Quebrado", diz Bolsonaro.
Fico a imaginar o presidente em um treinamento de mídia, repleto das próprias razões, a considerar suas soluções espontâneas melhores que as sugeridas pelos profissionais da comunicação.
E dizendo: "O Brasil está quebrado. Quebrado".
Os treinadores se olhando, coçando a cabeça, procurando um jeito de contar a ele que algumas palavras nunca devem ser ditas. "Presidente, veja bem..."
"O quê? Eu disse uma mentira?"
"Não, presidente, é que talvez isso não seja conv..."
"Está quebrado, pô! Eu não consigo fazer nada!"
"Sim, presidente, é que isso não se diz".
"O Brasil está quebrado! Culpa minha? Não. Culpa dessa imprensa. Dessa Folha de S. Paulo que não quer que eu governe".
"Presidente, essa parte da imprensa é boa, mas..."
"Mídia sem caráter! Com interesses escusos!"
"Certo, presidente, vamos desenvolver isso de uma forma, então, que não soe como se o senhor fosse o responsável por uma frase tão forte como aquela do início".
"Que frase? O Brasil está quebrado, pô".
"Quebradinho da silva".
"Que-bra-do!"
"Onde foi que vocês não entenderam isso daí?"
"O Brasil está quebrado e eu não consigo fazer nada, o Brasil está quebrado, chefe!"
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