sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Histeria bozonazista terá que ser contida rapidamente ou causará tragédia irreparável


Nos EUA, quando começou a histeria anticomunista, que levou Joseph McCarthy à visibilidade, eles criaram campos de concentração dentro do território americano para "colocar comunistas". Diversos estados tiveram campos onde eram presos gays, negros e acusados de comunismo.

Diversos prefeitos de cidades médias e pequenas davam "24 horas" para os "comunas" abandonarem a cidade. Depois, massas de cidadãos enfurecidos entravam nas casas de qualquer um suspeito e tiravam as pessoas na porrada. Colocavam na rua com filhos pequenos e tudo.

Eram feitas "investigações" para "provar" a relação com os comunistas e a imensa maioria delas nada apontava. Então o governo começou a usar a figura jurídica do "perjúrio" para prender pessoas. Iam fazendo perguntas e se houvesse suspeita de alguma mentira, era o suficiente.

A histeria era contra os "reds, pinks and lavanders". Os reds eram os comunistas, os pinks eram os "simpatizantes" e os lavanders eram os homossexuais. Dizia-se que se podiam ficar "enrustidos", escondendo sua sexualidade, podiam ser espiões.

A retórica do anticomunismo era muito ligada ao sexismo. Seguidamente as ofensas eram feitas juntas e o norte-americano, capitalista, nacionalista, patriótico era o "macho" que mantinha a sociedade americana "livre do comunismo".

Diversos documentos da CIA afirmavam que o comunismo era mais fácil de ser "indocrinado" quanto mais inteligente e maior tempo de escolaridade o sujeito tivesse. Muitos boletins diziam que professores doutores eram "almost certainly commies".

Com base nisto, fazia-se apologia à ignorância. Quanto mais burro, simplório e simplista fosse a pessoa, mais longe do comunismo estaria. A CIA trabalhava para criar o estereótipo do "americano médio", que trabalhava, vivia para a família, a comunidade, e tomava cerveja.

O ataque à cultura, às escolas, universidades, artistas e todo tipo de pessoa que se destacava intelectual ou culturalmente foi impiedoso mas teve um preço: no final dos anos 50 a dianteira cultural e educacional da URSS era imensa. Isto se materializou no lançamento do Sputnik.

O Sputnik promoveu uma das maiores histerias coletivas nos EUA. Pessoas saqueavam supermercados e estocavam água e comida afirmando que se os soviéticos podiam colocar algo em órbita, podiam também fazer cair em qualquer lugar dos EUA.

O presidente Eisenhower teve que ir para a televisão com uma réplica do que a CIA achava que era o Sputnik para mostrar às pessoas que não havia o que temer. Ainda assim não resolveu. A solução foi o Estado investir maciçamente em educação.

Após anos cultivando a ignorância como forma de "prevenir a indocrinação do comunismo", o governo americano com Kennedy precisou despejar bilhões de dólares e reformular todo o ensino dos EUA. Neste momento foi criada a NASA e os conselhos nacionais de financiamento e pesquisa.

O anticomunismo cobrava um alto preço da sociedade americana. Eisenhower mesmo chamava a atenção de que era preciso "oferecer mais do que o simples anticomunismo" para a sociedade. Só o ódio as prisões, perseguições e torturas não foram suficientes para reeleger os republicanos.

Ao mesmo tempo, os soviéticos investiam em educação, chegavam a quase 100% de alfabetização e o percentual de soviéticos com curso superior ou cursando era uma vez e meia maior do que nos EUA. A URSS criava a universidade Patrice Lumumba e dava bolsas a quase mil estrangeiros/ano

Se houve um momento crítico em que o ocidente perdeu a dianteira tecnológica, social, diplomática e estratégica na Guerra Fria, foi o período do macarthismo. A maioria das cidades europeias acreditam que a URSS estava "à frente" dos EUA na disputa entre os sistemas econômicos.

Na segunda metade dos anos 50, o senador McCarthy enveredou para cima do exército. Vendo seus arroubos de ódio no darem mais resultado eleitoral, ele passou a acusar membros das forças armadas dos EUA de serem "espiões comunistas". Exatamente como tinha feito com os diplomatas.

Chamou a imprensa e declarou que tinha uma lista de dois mil nomes de militares suspeitos e exigiu continuar suas "investigações" que eram muito semelhantes ao "modo Moro" de culpa e condenação. Vendo o ódio sair do controle Eisenhower arremeteu contra Mccarthy, destruindo-o.

Será que Mourão vai ter o mesmo papel no fascismo brasileiro? Em dois dias Bolsonaro já lançou todas as bases da perseguição macarthista no Brasil. Já derramou seu ódio e ignorância contra professores, artistas e jornalistas. Tudo muito semelhante.

Até as massas de ignorantes, que o secretário de estado Dean Acheson chamava de "primitivos", cheias de ódio e vontade de violência estão idênticas no Brasil como lá. O estrago que este fascista ignorante vai fazer no Brasil será muito maior do que o Macarthismo nos EUA.

Conhecendo e estudando o que aconteceu em terras Yankees não tenho medo de dizer que é preferível uma ditadura militar do que este fascismo ignorante. É melhor Mourão do que Bolsonaro e seu filhos amestrados.

A racionalidade e inteligência dos militares é tosca, mas eles têm linha de comando, código de conduta e um história institucional a responder. Bolsonaro e seus filhos não têm capacidade alguma e nem responsabilidade com nada. Acham que o país e deles para fazerem o que for.

Nenhum comentário:

Postar um comentário