Os generais brasileiros estão crentes de que vai haver uma guerra mundial e os Estados Unidos vão ganhar. Não creio. Só os Estados Unidos querem essa guerra que a ninguém mais interessa. E a guerra que importa – a econômica e cultural -, acho eu, os Estados Unidos já perderam, no horizonte histórico.
Começaram a perder quando permitiram, no final dos anos 40, a ascensão do segmento pró-nazista antes mobilizado contra o New Deal de Roosevelt e que se encolhera durante a guerra com a Alemanha. Houve o recuo macartista. e o custo cultural foi enorme. O impacto durou pelo menos até os conflitos étnicos dos anos 60 e a derrota na guerra do Vietnam.
Perderam negociando mal o acerto de Bilderberg, pelo qual abriram, nos anos 1950, seu mercado à indústria mecânica europeia, sem os contrapesos necessários. Depois, nos anos 1970, priorizaram a ação contra a União Soviética e, no embalo, não só cederam a liderança que tinham em eletrônica para Japão e Coreia, como permitiram o início do grande salto chinês.
Ignorância de História: só as guerras (inglesas) do ópio, em meados do Século XIX, conseguiram, tomar dos chineses, e por 150 anos, o domínio no comércio com o Ocidente.
A submissão da economia real a uma economia de símbolos e convenções – moeda sem lastro e versões da realidade impostas pela propaganda – não se sustenta. A expansão da pobreza é tóxica; e a realidade sempre vence.
Os Estados Unidos têm um ensino médio e de graduação superficial, pouco estimulante, e um ensino de pós-graduação espetacular, mas tocado por estrangeiros: é contratante, não produtor de tecnologia e arte. O povo americano, tomado em sua generalidade, não foi cultivado com requintes de bom gosto, acha que cientistas são magos e intelectuais subversivos ou alienados. Valoriza mais intuição e esperteza.
Só o fato de o Establishment norte-americano sustentar, sem forte contestação interna, que a soberania do país é ameaçada por nações tão frágeis quanto Líbia, Iraque ou Venezuela já indica impressionante alienação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário