quinta-feira, 25 de julho de 2019

A praga dos isentões

Vinícius Carvalho

A entrevista do Pedro Cardoso ontem comprovou o que eu venho defendendo desde o início da semana quando decidi atacar frontalmente a esquerdinha Paula Lavigne: uma das maiores pragas que devem ser enfrentadas no aqui no Nazil neste ano de 2019 são os isentões.

Quem fala demais dá bom dia a cavalo. Pedro Cardoso é apenas um velho afetado e estúpido que usou o microfone do Tas - outro grandessíssimo canalha - para chamar o PT de protofascista e equipará-lo ao Bolsonaro. Ele não sabe mais se é o Pedro Cardoso ou o Agostinho Carrara, se perdeu no personagem.

Essa gente não aprende as lições da história. O cara é artista e essa categoria vem sendo uma das mais atacadas pelo governo atual, estão praticamente fechando a ANCINE, congelaram a Lei Rouanet, entupiram a raba de dinheiro no governo PT, mas ainda assim é preciso falar mal do PT para ficar bem dentre as hostes do Leblon.

Eu pensava que com a vitória do Bozo os setores minimamente democráticos da sociedade e a esquerda antipetista como um todo acordariam para a realidade.

Nem assim.

Quando a Miriam Leitão foi aviltada por Jair Bolsonaro, a Rede Globo, maior culpada pela ascensão deste regime no país, e que vem sendo nominalmente atacada pelo presidente, de forma burra e maldosa antagonizou as ameaças do Bolsonaro com o PT.

A Globo acha que desta forma ela eliminará dois inimigos com uma tacada só: PT e Jair Bolsonaro.

O que a Globo ainda não entendeu é que não se destrói o maior partido do país, um partido que tem quase 2,5 milhões de filiados, 54 deputados e em qualquer eleição presidencial, já entra na disputa com 30 milhões de votos, sem destruir junto o tecido social.

Para azar da Rede Globo, o PT que criticou a Constituição de 1988 é, hoje, o mais importante e o último representante de peso da Nova República, de uma ideia de um país minimamente democrático. A sociedade brasileira nega a política e é violenta por natureza. É evidente que sem uma referência do peso do PT o que vem a seguir é barbárie, porque não existe revolução no horizonte.

Funcionários da Globo já são agredidos nas ruas, e dessa vez não é bate-boca com estudantes e sindicalistas, é com extremista, gente ligada a milícia. Seus jornalistas ameaçados e atacados pelo presidente em rede nacional. A Globo acha que ainda é aquela vênus platinada, poderosa e intocável. Ela ainda não compreendeu o que está acontecendo no país, por um motivo muito simples: jornalista só anda de transporte público quando vai à Nova Iorque ou Paris.

O jornalismo tradicional brasileiro ainda não compreendeu que o WhatsApp não é um mero aplicativo. Ele vem funcionando como um método de demolição de democracias.

O povo que hoje passa o dia na frente da tela da Rede Globo é o mesmo que já acredita mais numa corrente de zap, em kit gay e em mamadeira de piroca do que no Bonner. Porque as mídias sociais deram poder para o homem comum, ele se sente parte no processo de informação, não é mais algo unilateral. Ele era o agente passivo e o jornalista o ativo. Agora cada cidadão com um celular na mão é agente ativo e passivo, ele se acha jornalista também.

Da sua forma tosca, filmando linchamentos, fazendo lives dentro do ônibus e etc. E esse povo está completamente imerso num senso comum de extrema-direita, onde, nas calçadas já se diz que até a Globo é comunista.

A Band, o SBT e a Record já compreenderam isso. Eles viraram empresas de comunicação que operam este senso comum, o jornalismo praticado por eles é uma tampa de esgoto de fakenews whatzapiano a céu aberto e com isso ganharão sobrevida no governo Bolsonaro.

Eu acredito que essa mesma Nova República já esteja ferida de morte desde o Golpe Temerista de 2016, mas um processo político muito mais nebuloso se aproxima, e a Globo, bem como os isentões, ainda não se tocaram do tipo de monstro político que eles estão normalizando.

Estão brincando de tábua ouija, só que o capeta tá solto, não quer voltar pro inferno e quando ele começar a atacar, vai atacar a eles também.

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