A ESCALADA CIENTÍFICA DA EXTREMA DIREITA
Quero comentar brevemente acerca de um documentário que assisti semana passada no Netflix, e recomendo. Refiro-me a "The Great Hack" ("Privacidade Hackeada", em português).
Trata-se da ascensão e queda da empresa Cambridge Analytica SCL (depois explico esse SCL). Como acabei de sugerir, a Cambridge "morre" no final.
O dono desta fatídica firma de cleptocracia digital (ou agência de modificação de comportamento, como vocês quiserem) foi o igualmente fatídico e sinistro Steve Bannon, o bruxo por trás da candidatura Donald Trump, e líder de um movimento mundial de re-classificação político-moral da extrema direita no mundo inteiro.
Bannon é o formulador da chamada Doutrina Breitbart, e divulga suas tolices ultra-direitistas, supremacistas e plutocratas (essa parte ele esconde) através de um portal internacional chamado "Breitbart News" (tem versão em português/Brasil). A consigna máxima da insana Breitbart é a seguinte: "Para mudar a base de uma sociedade, você precisa destruí-la, para remoldá-la novamente". [Agora se pode entender o objetivo das barbaridades proferidas, tanto de Trump, quanto de Bolso e sua família.] Afinal, o Mefistófeles de Goethe (o demo) não afirmava que "Tudo o que existe merece perecer"?
A SCL (Strategic Communication Laboratories) começou como "SCL Defense" e operava com a indústria da guerra, treinando mercenários, e fornecendo equipamentos e informação para governos, sobretudo UK e EUA.
Como o negócio de captura de dados pessoais é mais rentável, eles reciclaram suas atividades e a deslocaram para um objeto mais lucrativo a curto prazo.
A analista-operadora da Cambridge que depõe para o vídeo-documentário, Brittany Kaiser, afirma que os "dados são os recursos mais valiosos da terra" (vide Facebook e Google).
Diz Brittany: "O que faz o Facebook senão monetizar os dados que recolhe de você?" E completa: "Os dados são de propriedade pessoal dos indivíduos, e as redes não remuneram ninguém, mas se apropriam e monetizam suas informações".
A Cambridge Analytica usava dados do FB para identificar de quatro a cinco mil "pontos de dados" (como chamam) de cada pessoa objeto dos seus estudos laboratoriais. A partir disto, eles passavam a enviar uma enxurrada de material de propaganda político-eleitoral no sentido de trazer aquele potencial eleitor para o lado de Trump. O mesmo aconteceu no Brexit britânico, com vitória da extrema direita que aspirava a saída da UK da União Europeia.
O Brasil também é citado no documentário, que classifica a vitória de Bolsonaro como uma vitória da extrema direita no Hemisfério Sul.
O vídeo-documentário tem 1h 54 min.
Depois de assistí-lo, nós ficamos mais amargos, mesmo sabendo que a Cambridge "morreu" em 2018. Mas Bannon, Bolso, Trump, Boris Johnson ainda estão bem vivos.
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#OwnYourData
Mais informações, aqui: https://en.wikipedia.org/wiki/SCL_Group
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