Bolsonaro e o bolsonarismo não têm
a tendência de repetirem os ciclos autoritários anteriores por vários motivos.
Quando investigamos os ciclos de 1935-1945 e 1964-1985 constatamos que foram
ditaduras de direita dentro de um padrão nacional-desenvolvimentista,
perseguindo as esquerdas, mas apresentando crescimento econômico, construção
estatal e mesmo políticas sociais dentro de margens limitadas. O bolsonarismo
apenas repete de maneira piorada o modelo de neoliberalismo de rapina de uma
ditadura de um país pequeno, o Chile e é muito pior porque os cleptocratas
chilenos golpistas sempre preservaram a exploração estatal do cobre,
nacionalizada por Allende, o principal recurso do país, orçamento para o Estado
e exército locais, como rendimento público da Codelco, isso mesmo, a ditadura
de Pinochet se financiou com a nacionalização anterior do cobre chileno pela
esquerda! Já o bolsonarismo é totalmente entreguista como demonstra nas
aposentadorias e no saque da Petrobras e da lucrativa BR Distribuidora, as pressões
pela abertura da mineração selvagem, o saque e violência contra indígenas e
populações tradicionais. O bolsonarismo derivado do golpista Temer aprofunda o
desmonte trabalhista, o arrocho salarial e o desemprego, um capitalismo sem
consumidor e sem consumo popular, servindo somente para as grandes corporações
empresariais, as elites estatais nas mamatas da magistratura, nas forças
armadas, nos cartórios e na grande mídia, o que a curto e médio prazo é
politicamente inviável e somente produzirá uma grande explosão social pela
concentração de renda, pelo desmonte das políticas sociais, ataques e
congelamentos dos recursos na educação, saúde e privatizações de rapina.
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