segunda-feira, 29 de julho de 2019

Relatório da Aeronáutica desmente miliciano fascista sobre vítima da ditadura

Relatório da Aeronáutica desmente Bolsonaro sobre vítima da ditadura

Bernardo Mello Franco

Um documento secreto da Aeronáutica desmente a versão de Jair Bolsonaro para o desaparecimento de Fernando Santa Cruz, morto em 1974 pela ditadura militar.

Nesta segunda-feira, o presidente disse que o estudante, pai do presidente da OAB Felipe Santa Cruz, teria sido assassinado por outros militantes de esquerda.

— Não foram os militares que mataram ele não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo o que acontece — disse.

Segundo a versão de Bolsonaro, Santa Cruz teria sido morto por outros militantes da Ação Popular, uma das organizações que combatiam a ditadura.

No entanto, o relatório secreto RPB 655, do Comando Costeiro da Aeronáutica, atesta que o estudante foi preso pelo regime em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.

O documento, anexado ao relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), comprova que Santa Cruz estava sob custódia do Estado quando foi assassinado.

Em depoimento à CNV, o ex-delegado Cláudio Guerra disse que o corpo teria sido incinerado na Usina Cambahyba, em Campos.

A família de Santa Cruz nunca recebeu informações oficiais sobre o paradeiro de Fernando. Em 1995, o nome dele foi incluído na Lei dos Desaparecidos Políticos, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Veja a seguir o trecho do relatório que cita a prisão de Fernando Santa Cruz:

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