André Vallias
João Ximenes Braga
No Brasil, a família imperial foi tirada do poder por um golpe militar que instituiu a República. Passa um clipe aí rapidinho mostrando tudo que aconteceu depois e chegamos ao período da retomada da democracia. Um deputado inútil faz fama defendendo outro golpe militar, o de 1964, e seus torturadores. Esse deputado inútil é ex-capitão do Exército, e tem como base política militares de baixa patente que o chamam de mito, apesar de ele ter sido péssimo militar.
Como Deus gosta de caçoar da gente, esse pulha chega a presidente e enche o governo de militares como nunca dantes visto neste país. O discurso segue sendo pró-militar. Quer implementar escolas militares, quer dar aposentadoria especial para militar, ele gosta tanto de militar que até carrega militar com 39 kg de cocaína no avião da FAB em sua comitiva.
Aí ele vai a uma cerimônia de gala no Japão portando, vejam vocês, uma comenda da Ordem da Rosa, uma honraria criada pela família imperial e extinta com o golpe militar que a tirou do poder. A gente não deveria ter ficado surpreso. Afinal, há um deputado dessa família em sua esfarinhada base de poder na Câmara.
Tenho que tirar o chapéu para Bolsonaro, ele é mesmo um novo tipo de estadista. Ele desafia qualquer coerência histórica e consegue ser ao mesmo tempo monarquista, golpista e militar. Ele se sente à vontade em tudo que remete ao golpismo, ao autoritarismo, ao antidemocrático, ao antipovo.
Estamos mesmo de parabéns.
Agradeço a Fátima Morado, que identificou o penduricalho na foto que publiquei antes, em que esse estadista mais parecia um mendigo anêmico que pegou no lixo uma fantasia de Liberace que um folião, na véspera, comprara nas casas Turuna e dispensou depois de ter vomitado em cima.
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