A lista é grande: falta compromisso com a educação, falta competência, falta formação, faltam bons modos, falta domínio do idioma, falta currículo, falta compostura, falta discernimento, falta vergonha na cara, falta equilíbrio, falta inteligência, falta cultura, falta estofo moral, falta civilidade.
A única coisa que ele tem - e de sobra - é o descaramento para fazer o papel de bufão de um governo obscurantista que vê o conhecimento como seu maior inimigo.
Ele tem ódio à universidade e a UnB, pelo jeito, ocupa um lugar especial em seu coraçãozinho. Quer a policia presente para reprimir os comunistas e maconheiros que, segundo acredita, infestam o campus.
Tem estudante que fuma maconha? Alguns, certamente, nas horas vagas. Mas não creio que o consumo de drogas na universidade esteja em patamar mais elevado do que em outros espaços sociais. Se há casos em que o consumo afeta o desempenho acadêmico ou outros aspectos da vida do estudante, cabe acolhê-lo e ajudá-lo, não reprimi-lo.
A universidade, aliás, tem serviços com esse objetivo. Se o MEC se dispusesse a ajudá-la, em vez de acossá-la com perseguições de todo o tipo, estes serviços poderiam ser até mais eficientes.
Quanto aos comunistas, eles existem no campus, sim. São poucos, na verdade - para meu gosto, poderiam ser bem mais. Seja como, ser comunista não é crime, então botar a polícia no campus para reprimi-los é coisa de saudosista da ditadura.
Mesmo sendo um sujeito de não muitas luzes (para dizer de forma educada, eufemística mesmo), Weintraub sabe disso. "Maconheiro" e "comunista" são os fantasmas com que ele acena. Mas a verdadeira ameaça que a universidade representa para ele está em outro lado: autonomia intelectual, pensamento crítico, promessa de emancipação social.
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