domingo, 1 de dezembro de 2019

Folha de S. Paulo colhe a violência fascista que plantou



No artigo "Liberdade de prensa", Janio de Freitas escreve que os ataques de Bolsonaro à Folha atingem a imprensa de modo geral, e que "a opção de jornais, tevês e outros, entre opor-se ou entregar-se, não vai esperar muito". Porque "inexiste ação de qualquer poder contra um jornal, ou outra peça da mal denominada 'mídia', que não tenha reflexos sobre os demais. No mínimo, é um sinal de que estão todos sujeitos à violência, tão logo a deseje o poder agressor. Do agredido ao último dos demais, suas escolhas estão restritas a duas opções: manter-se ereto, sem ceder a condições e imposições, ou curvar-se."

É precisamente isto. E eu não duvido muito qual será a opção escolhida.

Um pequeno detalhe no texto, entretanto, é bem significativo:

"Afastado do convívio com a cúpula do jornal e da empresa, não ouso falar por um ou por outra."

Pois é. Por muitos anos Janio foi membro do Conselho Editorial da Folha. Já há algum tempo vinha perdendo influência. Primeiro lhe reduziram a frequência das publicações, de três vezes na semana para duas. Mais recentemente, limitaram sua participação a um artigo dominical, e então já não o identificavam como "membro do Conselho Editorial da Folha", mas apenas como "jornalista".

Foi um sinal, entre muitos, da opção política do jornal, que, entre outras coisas, impedia chamar de extrema-direita um presidente de extrema-direita.

É claro que a Folha colhe o que plantou. E a imprensa toda vai ser tragada pela mesma violência do poder agressor.


EM TEMPO: Toda opção tem seu preço. O problema é que, nesse caso, o ônus recai sobre todos nós.

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