sábado, 1 de fevereiro de 2020

As três bases de apoio ao bolsonarismo


Ricardo Costa de Oliveira

A grande maioria do 1% mais rico ainda apoia Bolsonaro. O grande empresário, o rico herdeiro com várias propriedades e que nunca precisou trabalhar na vida porque vive da renda de seus alugueis e estacionamentos, o procurador casado com a filha do almirante, a senhora recebendo a aposentadoria de viúva de general quatro estrelas e de filha de general quatro estrelas, o MBA de periferia vendendo coaching para empregados terceirizados, a gerentes de redes sociais da entidade empresarial, o comissionado de direita, todo um conjunto de apoiadores com consciência de classe. Os mais ricos apoiam na expectativa do esbulho estatal, as corporações apoiam reforçadas em suas remunerações, vantagens e pensões, como nas cúpulas do sistema judicial e nas forças armadas. A grande mídia também apoia por ideologia e interesse. O bolsonarismo é um fenômeno social produzido pelas classes superiores e dominantes no Brasil, um fenômeno político produzido pelo exército, judiciário e mídia, desde suas origens e gênese. O empresariado vendilhão apoia e o nepotismo estrutural da política brasileira endossa o fenômeno do bolsonarismo. 

A base de apoio ao bolsonarismo se completa com setores de renda média e mesmo pobres com ideologias conservadoras e de direita, A pequena empresária falida, que entre ser pobre no Brasil e nos Estados Unidos, abandona sua mãe, pensionista de um salário mínimo para outros cuidarem, o vendedor escroque procurado por oficiais de justiça, o ex-policial devedor de pensões familiares, o professor universitário que odiava a Dilma e o PT, o enrustido de direita agora calado com o weintrouble, toda uma galeria de tipos caricatos de classe média raivosa, que sabem que estão entrando no cano com o bolsonarismo, mas ainda não assumem a calamidade que causaram por orgulho e amor próprio dos cornos traídos. 

O terceiro grande setor fundamental em mudança é o eleitorado pobre, periférico, negros, mulheres, trabalhadores manipulados e enganados por pastores, radialistas, milicionaros e pela enganação moral e cívica das arminhas do nepotismo bolsonaresco. Este setores populares, que decidiram a eleição com fake news e lideranças locais, em estados como o Rio de Janeiro e Minas Gerais, já mudaram e sentem o drama social e econômico do bolsonarismo. Não repetirão seus votos como em 2018 e já rasgaram a realidade da continuidade da crise econômica, arrocho salarial, continuidade da violência e graves problemas na educação e saúde, ao lado da percepção de corrupção ampliada.

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