segunda-feira, 10 de maio de 2021
sexta-feira, 30 de abril de 2021
Bolsonaro oferece 400 mil mortos ao lúmpen-milicianato
Bolsonaro deu voz aos que viviam nas sombras, esgueirando-se nos escuros da história nunca visitados pela teoria política
A instalação da CPI da Covid mexe com os bofes de Jair Bolsonaro. Agride o seu senso de onipotência —injustificado segundo um crivo objetivo, mas compreensível se visto por lentes clínicas. O golpista de primeira hora, que nunca precisou de comissão de inquérito ou de oposição organizada para pregar o rompimento da ordem —como provam os atos antidemocráticos que patrocinou já em 2019—, não aceita que sua obra seja questionada. Os, até agora, mais de 400 mil mortos são o seu grande legado ao lúmpen-milicianato que o aplaude.
A política sempre deve ter precedência na análise da vida pública, embora os dados de personalidade não possam jamais ser ignorados. Uma leitura mais aberta de Maquiavel sugere que a “fortuna” e a “virtù” —a história herdada que condiciona alternativas e as escolhas ditadas pela personalidade— também podem ter um enlace negativo. Em vez de surgir o Príncipe, eis que aparece o ogro, que a democracia tem de esconjurar. Ou morreremos todos.
Assim, é claro que, ao não arredar um milímetro das posições as mais estúpidas e reacionárias, que muitos enxergam danosas e contraproducentes para seu próprio futuro político, Bolsonaro age com cálculo. Ele deu voz a esse público que existia nas sombras; que se esgueirava nos escuros da história; que se acoitava nos desvãos nunca visitados —não de modo suficiente ao menos— pela teoria política.
domingo, 18 de abril de 2021
domingo, 14 de março de 2021
Nós e eles
O resto do mundo todo em um gigantesco esforço logístico para providenciar vacina, lockdown, máscara, respirador e o Brasil em um gigantesco esforço logístico pra organizar bingo secreto, balada clandestina, suruba itinerante, falso velório e botequim disfarçado de pet shop.
INACREDITÁVEL: O atacante da Gabigol, do Flamengo, estava DEBAIXO DA MESA quando a polícia entrou em um cassino clandestino na madrugada deste domingo, em Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo.
— Renan Brites Peixoto (@RenanPeixoto_) March 14, 2021
São Paulo tem PIOR SEMANA da pandemia de COVID-19 com média de 364 mortes POR DIA pic.twitter.com/yZrKrmmxR9
terça-feira, 9 de março de 2021
sexta-feira, 5 de março de 2021
quarta-feira, 3 de março de 2021
Brasil apostou em estratégia genocida para combater covid-19, diz Atila Iamarino
Coronavírus: Brasil apostou em estratégia genocida para combater covid-19, diz Atila Iamarino
Luis Barrucho
Da BBC News Brasil em Londres
O Brasil adotou uma estratégia "genocida" ao apostar na chamada imunidade de rebanho para combater a covid-19, o que possibilitou o surgimento de uma nova variante mais perigosa e que vem causando mais mortes, diz à BBC News Brasil o biólogo e divulgador científico Átila Iamarino.
A imunidade de grupo (também chamada imunidade de rebanho) ocorre quando uma parcela grande o suficiente da população desenvolver uma defesa imunológica contra o coronavírus. Nesse cenário, a doença não consegue se espalhar porque a maioria das pessoas é imune e ela passa a ter grande dificuldade para encontrar alguém suscetível.
O problema dessa estratégia, apontado desde o início por especialistas, é que ela teria um enorme custo humano — muitas mortes aconteceriam até que uma eventual imunidade de rebanho fosse alcançada. Outra questão importante nesse sentido é que não se sabe por quanto tempo a imunidade de alguém infectado pelo Sars-CoV-2 dura, se ela é de curto, médio ou longo prazo.
Em meio ao que especialistas consideram o pior momento da pandemia no país, Iamarino defende a adoção de um confinamento mais rígido e a aceleração da vacinação.
Ele critica ainda o governo federal, que acusa de ter "sabotado" Estados e municípios.
E vaticina que uma catástrofe pode estar prestes a acontecer se o que vimos em Manaus se repetir no restante do Brasil.
Doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), Iamarino concluiu dois pós-doutorados estudando a disseminação (ele prefere o termo "espalhamento") dos vírus e a forma como esses organismos evoluem. Um desses pós-doutorados foi na própria USP, e o outro na Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Em sua carreira, o pesquisador de 37 anos estudou vírus como ebola e HIV.
Iamarino se tornou conhecido por sua participação no canal de YouTube do Nerdologia, um dos maiores do país. Desde o início da pandemia, tem feito transmissões ao vivo sobre o novo coronavírus, com milhões de visualizações.
Confira os principais trechos da entrevista a seguir.
BBC News Brasil - O Brasil parece viver o pior momento da pandemia, tendo registrado um recorde na média móvel de mortes. A que se deve isso?
Atila Iamarino - Sabemos que há um componente sazonal no novo coronavírus, com mais casos no inverno do que no verão. Portanto, o Brasil está muito adiantado no aumento de casos — isso só deveria estar acontecendo daqui a alguns meses. Mas por que os casos estão subindo tão cedo e tão rápido?
A resposta se deve a uma combinação de fatores. De um lado, houve um movimento de abertura no fim do ano passado, com mais pessoas circulando sem restrições. De outro — e que considero o principal fator — temos a variante P.1, inicialmente observada em Manaus.
Estudos recentes apontam que se trata de uma cepa mais transmissível e que "dribla" o sistema imunológico, reinfectando quem já se curou.
Quando falamos de vírus, é natural que eles sofram mutações e se tornem mais transmissíveis. O que não precisa ser um processo natural é termos linhagens que escapam da imunidade. Essas linhagens só serão selecionadas quando o vírus continua circulando na presença de pessoas que já tiveram o vírus.
Foi o que aconteceu no Brasil e na África do Sul.
Nesse sentido, a nossa variante é fruto direto da estratégia genocida do Brasil de contar com as pessoas circulando livremente e construindo imunidade. Não é por acaso que surgiu aqui uma das variantes mais perigosas, demonstradamente perigosa.
BBC News Brasil - O que as autoridades deveriam ter feito?
Iamarino - O Brasil deveria ter se preparado melhor. Em vez disso, adotamos uma estratégia que cultivou um monstro e que, ao que tudo indica, está causando um surto de casos fora de temporada.
De fato, os hábitos sociais permitiram uma maior circulação do vírus. Apesar de estarmos em um período de baixa transmissão de doenças respiratórias, várias cidades do país já registravam alta ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Em vez de decretar um lockdown para restringir a movimentação das pessoas e conter o vírus, a aposta do governo para prover o mínimo de dignidade humana foi e continua sendo criar mais leitos.
Isso é jogar nos profissionais de saúde toda a responsabilidade de resolver o problema. Não se resolvem mortes no trânsito criando mais leitos UTI, mas sim com leis de trânsito. O mesmo se aplica à covid-19. É preciso diminuir o número de casos.
Mas o Ministério da Saúde não faz campanha para o uso de máscara e distanciamento social. Tampouco reconhece o lockdown como medida necessária para conter o avanço da pandemia. Falta coordenação federal para ações locais.
Temos agora um país economicamente pior, socialmente mais cansado e com profissionais de saúde exaustos, explorados e usados da pior maneira possível.
BBC News Brasil - O que nos resta fazer, então?
Iamarino - O que o restante do mundo fez: decretar um lockdown mais rígido e correr com a vacinação. Isso é o mínimo. O problema é essa falta de coordenação a nível federal.
De que adianta um município ou um Estado decretar um confinamento se as pessoas de municípios ou Estados vizinhos continuarem circulando? Isso faz com que a localidade tenha todo o prejuízo econômico e político de confinar sua população, mas sem o sucesso que poderia ter se essa ação fosse coordenada. A falsa impressão é que o esforço não funciona, quando, na verdade, ele está sendo sabotado a nível federal.
Por isso, digo que temos dois inimigos para enfrentar no Brasil. Um é a nova variante e o outro é a falta de estratégia do governo federal.
Como resultado, temos pronta a receita para que mais variantes perigosas surjam.
BBC News Brasil - Se nada for feito, o que acontecer?
Iamarino - Nossa estratégia genocida já causou mais de 250 mil mortes. Manaus (AM) e Araraquara (SP) já registraram mais mortes no início deste ano do que durante todo o ano passado. Se isso se repetir no país todo, vai ser um outro massacre.
Mas o principal problema desse tipo de estratégia é que estamos dando ao vírus a oportunidade de sofrer novas mutações, mais perigosas. Eventualmente, as vacinas podem não ser mais eficazes — e, se esse cenário se concretizar, poderemos não ter mais solução.
O Brasil criou sua própria derrota. Estamos demorando para vacinar e deixando o vírus circular livremente.
Agora, com a escassez global de vacinas, entendo que a situação esteja muito mais difícil. E estamos tentando comprar uma vacina que ainda não tem eficácia comprovada (a indiana Covaxin).
Diferentemente dos Estados Unidos, o Brasil tem capilaridade de vacinação. Há postos de saúde por todo o território nacional que podem dar vazão as doses. Mas agora faltam as doses.
BBC News Brasil - Alguns países, como Israel, já começaram a flexibilizar as regras. O Reino Unido também anunciou o afrouxamento de suas medidas. Em um contexto em que o mundo tenta retomar a normalidade, o Brasil pode se tornar uma pária internacional?
Iamarino - Eu diria que o Brasil vai continuar a pária que virou. Já não podemos viajar para a maioria dos países, nem em condição emergencial, desde antes do surgimento dessa nova variante.
Essa nova linhagem só reforçou o fechamento das fronteiras e essa situação deve permanecer daqui em diante. Se não mudarmos as condições que propiciaram o surgimento dessa variante, vamos gerar outras e estaremos sempre renovando os motivos para o mundo não receber brasileiros.
BBC News Brasil - O senhor foi duramente criticado quando, no início da pandemia, previu que o Brasil teria 1 milhão de mortos. Essa previsão nunca se concretizou. Por quê? Acredita ter se equivocado?
Iamarino - Acredito que os extremos dessas previsões continuam muito válidos. De um lado, países como Coreia do Sul, Taiwan, Austrália, etc, mostraram que o número de mortes pode ser mínimo. Do outro, a mortalidade em locais como Manaus evidenciou que o cenário mais pessimista não é fantasioso.
A capital do Amazonas tem um excesso de enterros até o mês de fevereiro de mais de 430 pessoas por 100 mil habitantes. Se extrapolarmos isso para a totalidade da população brasileira, temos 900 mil mortos.
Se os extremos continuam válidos, o meio do caminho é onde está a faixa de erro e a incerteza. Disso dependem as ações humanas. Há uma série de fatores de que não sabíamos.
Por exemplo, a eficácia das máscaras se revelou muito maior do que esperávamos, principalmente para evitar contaminados de transmitir o vírus para os outros. Tampouco sabíamos qual eficácia as medidas de confinamento teriam.
Estávamos, portanto, lidando com uma doença nova, para a qual não havia dados preliminares.
De qualquer forma, sabemos hoje que o melhor cenário é viável e existe, como observamos na Ásia. E que o pior cenário é possível, como também observamos no interior do Peru, no interior da Bolívia, em Manaus, em países que não são transparentes com os dados e em regiões onde não há estatísticas disponíveis.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
Pesadelo generalizado
O que acontece em Manaus, mortes pela falta de oxigênio e de insumos, é o possível cenário para outras grandes capitais brasileiras. Manaus é um estudo de caso pela reação negacionista da direita, inclusive fazendo protestos contra o isolamento social e o fechamento do comércio. O pai do Pazuello era um dos maiores empresários de Manaus e a família sempre teve negócios e o maior haras da cidade equatorial, frequentado por muitos generais.
Todos os epidemiologistas sérios sabem do crescimento da pandemia, nos Estados Unidos já morrem mais de 4000 pessoas por dia com outro incapaz como o moribundo Trump, a referência fracassada de Bolsonaro.
Outra imensa vergonha é saber que o avião da FAB está incapacitado em levar oxigênio para Manaus e pedirão ajuda aos estrangeiros.
O Brasil será o último grande país a iniciar a vacinação pela burrice e incapacidade dos bolsonaristas, tudo resume o fracasso e a incompetência destes militares de extrema direita, que ocupam o poder no Brasil desde o golpe de 2016 e a cada dia se aproxima a derrota muito mais grave pela Covid do que a derrota de outra ditradura militar vizinha nas Malvinas, lamentavelmente tudo para mostrar que militares são incompetentes na Saúde e na Presidência, o total fracasso dos bolsonaristas se aproxima e já chegou.
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
sábado, 27 de junho de 2020
A curiosa relação da direita com a universidade
Decotelli parecia um triunfo daqueles que planejam "educar" o governo Bolsonaro. Um sujeito discreto, que garantia nem ter perfil em redes sociais. Nomeado com o intuito de reduzir tensões com os outros poderes - mas, quem sabe, também com escolas e universidades.