quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Genealogia da mediocridade


Ricardo Costa de Oliveira

Na série das genealogias de jornalistas pesquisamos Merval Soares Pereira Filho, um dos símbolos da superficialidade do jornalista de poder, o jornalismo de quem é bem sucedido no Brasil golpista contemporâneo. Trata-se de nulidade literária triunfante. Como tamanha mediocridade cultural consegue galgar posições, senão em um país estruturado nos mesmos valores medíocres distribuídos da presidência até seus “intelectuais” da ordem no poder. 

O pai de Merval Soares Pereira Filho foi o médico de mesmo nome nascido no Maranhão e radicado no Rio de Janeiro, funcionário público e muito bem relacionado. A mãe, Maria Helena Cardoso Soares Pereira, também era do Maranhão. O avô paterno era o desembargador Constantino Pereira casado com Camila Soares, de importante família paraibana. 

As duas famílias apresentam os elementos das típicas famílias das oligarquias da República Velha. Tios deputados (Raul Soares Pereira foi deputado estadual no MA, Oscar Soares era deputado federal da PB), muitos funcionários públicos, membros da elite estatal, profissionais liberais, como Pedro Ivo e Orris Soares. A avó paterna, Camila Soares, era sobrinha do presidente da Paraíba (1916-1920), Francisco Camilo de Holanda. Merval Filho é neto materno do senador, interventor, deputado e prefeito de São Luís, Clodomir Cardoso. 

O pai de Merval Filho, o médico Merval, ligou para o vice-presidente do Globo, Rogério Marinho e pediu um estágio para o filho, em 1968, típico “paitrocínio” característico dessas relações sociais. Daí é conhecida a longa carreira no jornalismo e na gestão dos veículos midiáticos de Merval, culminando na Academia Brasileira de Letras - ABL, com obra escrita e literária pífia. Outra curiosidade genealógica de Merval é o parentesco com Jô Soares, ambos são primos pelo ramo de Adolfo Eugênio Soares, rico comerciante da Paraíba, o que mais uma vez mostra que ter boas relações sociais e empresariais na família sempre ajuda muito no “talento pessoal meritocrático”! Como em todas outras análises genealógicas temos o “Antigo Regime” novamente no poder do Brasil do século XXI, do qual nunca saiu!

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