Fernando Brito
É inacreditável, mas começa a tomar forma aquilo que é a tal “carteira verde-amarela’ tão falada por Jair Bolsonaro.
Geralda Doca e Pedro Paulo Pereira, em O Globo, relatam que, como parte da reforma da Previdência, os senhores de escravo que nos governam querem implantar um regime escravocrata contra nossos filhos e nossos netos.
É uma coisa dantesca, monstruosa, que dá vergonha a qualquer pessoa decente.
Trabalho sem férias e sem 13° salário, entre outras “liberalidades”. E aposentadoria só com o que o próprio trabalhador puder poupar – nas caixas gordas dos bancos, é claro – para tirar uma “merreca” quando já estiver às portas da morte.
Não é exagero: um trabalhador que tem hoje 18 anos, ganha salário mínimo, na remota hipótese de “investir” os mesmos 8% que desconta hoje para o INSS terá de trabalhar nada menos que 52 anos, sem um mísero mês de desemprego, para se aposentar com um salário mínimo de renda, ao 70 anos de idade, às taxas oferecidas hoje pelos planos de previdência privada.
Isso num cálculo ideal, irrealizável na prática, porque haverá pensões, casos de invalidez e outros eventos que, se quiserem dar o nome de previdência a isto terão de ser minimamente cobertos.
Como não haverá férias e nem o “pingado” do 13° para sequer comprar o modesto frango de Natal, a vida passa a ter como única finalidade trabalhar como um escravo moderno.
Isso é inconstitucional, além de absurdo? Ora, é para isso que se monta uma base de cúmplices parlamentares para rasgar direitos que vêm de 80 anos no passado.
Claro que os canalhas que propõem algo assim não o fazem para seus filhos e seus netos.
Eles são de uma outra espécie: investidores, empreendedores, negocistas. Nada semelhantes à ralé que rala para viver, é claro.
O último que achou que eram gente está preso, sumido, desaparecido.
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