quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Professora Maristela Basso expõe sua ignorância histórica patética em programa de rádio

Xadrez Verbal

BOLÍVAR INFLUENCIADO POR LÊNIN

Sobre mais uma dose de sandice sobre História na mídia. No caso, o programa Pânico Jovem Pan de hoje. 

Emílio Surita está claramente falando das guerras de independência contra a Espanha, com a liderança de Bolívar; fala até de lutarem com enxadas contra os espanhóis, tentando ilustrar a assimetria de forças. E, nesse contexto, Maristela Basso, professora livre-docente de Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP, emenda que "era o tempo do auge também das leituras de Marx, de Lênin, do comunismo". 

Isso pouco depois de chamar a Bolívia de "ditadura terrível", sendo que absolutamente nenhum país classifica a Bolívia como ditadura. No Democracy Index, da Economist, ela está em 83º, como "regime híbrido", na frente da Ucrânia, de Honduras, da Geórgia, da Bósnia, dentre outros.

Bolívar nasceu em 1783 e as guerras de independência na América espanhola ganham força após Napoleão derrubar Fernando VII de Bourbon, em 1808. Bolívar assume a presidência da recém-criada Venezuela em 1813. 

Marx nasceu apenas em 1818. O Manifesto Comunista é de 1848. Lênin nasce em 1870, quarenta anos depois da morte de Bolívar. Bolívar, como líder das independências americanas, estava influenciado pelas ideias do Iluminismo. Quando estudava na academia militar em Madri, Bolívar tornou-se fluente em francês da leitura de seus autores. Ele lutou contra o absolutismo ibérico.

Nos tempos de hoje, foi jogado na bacia de "É tudo Marx, comunismo" e demais lugares-comuns. É algo que não faz sentido. E em uma bancada com diversas outras pessoas, incluindo outro professor de direito convidado. E ninguém atenta para isso. Parece que tudo virou questão de opinião, desconsiderando até uma mera ordem cronológica.



Nenhum comentário:

Postar um comentário