domingo, 17 de março de 2019

O fim da Farsa a Jato


Ricardo Costa de Oliveira

A derrota de virada e apertada dos interesses totalitários da Lava a Jato no STF (6x5 na votação de 14/3) sinaliza o fim de um ciclo político-jurídico de impunidade, proteção e acobertamento da Farsa a Jato. Podemos observar que o golpe começou com a Lava a Jato reunindo uma hegemonia e poderes arbitrários raramente vistos em um período democrático. A Lava a Jato está para o golpe de 2016 e seu “regime de exceção” o que os Atos Institucionais foram para o golpe e Regime de 1964. Manipulação jurídica. Direcionando investigações, fraudando regras, atropelando instituições, abusando da fraqueza e do republicanismo do governo Dilma acuado pelas forças empresariais e políticas de direita, tudo para colocarem os mais corruptos no poder com Temer e os Bozos. 

O capitalismo é um modo de produção essencialmente e estruturalmente corrupto. Toda empresa que se torna grande é porque teve suas formas de corrupção protegidas e amparadas politicamente dentro do Estado e da magistratura. A história da acumulação primitiva capitalista é a história do saque, roubo, escravidão, exploração de milhões de camponeses e trabalhadores no mundo inteiro. Vide a ascensão dos “robber barons” do capitalismo estadunidense no século XIX, as grandes empreiteiras e uma Globo na ditadura militar, Eike Batista há alguns anos e agora o empresário modelo do bolsonarismo, Luciano Hang e suas denúncias! 

O objetivo internacional do golpe e seus asseclas era o de impedirem que as novas empresas corruptas brasileiras desafiassem e competissem com as vorazes empresas dos Estados Unidos e da Europa, bem mais velhas e bem mais corruptas em sua geopolítica mundial. Os esquemas presentes desde o ciclo de FHC e do PSDB, com raízes anteriores aos governos do PT, esquemas existentes desde a década de 70/80/90. Basta investigar as trajetórias de um Paulo Roberto Costa, Duque, Zelada, Barusco, Cerveró, todos operando bem antes do PT e com apoio de outros partidos. O que foi roubado do Banestado e da Petrobras, nos esquemas anteriores, deveria ser combatido sem a implosão, privatização e rapina do setor petrolífero e de construção. 

O atual acordo na Petrobras com os acionistas e advogados nos Estados Unidos foi muito mais prejudicial e envolveu recursos que só podem ser explicados em uma aberta relação entreguista de esbulho colonial. A tentativa política da Farsa a Jato de comandar e controlar os 2,5 bilhões foi o ponto de não-retorno da briga político-jurídica. Gilmar Mendes detonou os lavajateiros de maneira ofensiva e realista. Nesta semana se fechou o ciclo da completa impunidade e aparelhamento político-jurídico do Estado brasileiro pelos operadores e familiares empresariais da Lava a Jato, agora terão que lutar e disputar com as outras quadrilhas estatais pelo poder e recursos, sem o livre trânsito que usufruíram, sempre usurpando as funções estatais para proporcionarem o golpe, se empoderarem e enriquecerem. Uma notícia muito mais importante do que parece.

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