1- Como branco, com os privilégios daí decorrentes, falo de racismo pensando a branquitude e falo para os brancos, é evidente. Daí que contínuo pasmo com o argumento primário de que "a biologia provou que raça não existe", como ouvi de novo hoje em virtude do fuzilamento no Rio,
2- Vou tentar ser didático, falando para meus pares. Raça não é uma condição biomolecular, mas é uma construção fenotípica e cultural. Neste sentido é possível que um banto sul-africano e um sueco sejam geneticamente mais próximos entre si que entre aqueles de seu próprio grupo.
3- A questão, o exemplo é de Diop, é que, nos anos de 80, na África do Sul, o banto seria vítima do apartheid e o sueco seria um homem livre. Quando falo de raça me refiro a uma construção social que me faz ter a proteção da cor da pele, reconhecida, por exemplo, pela polícia.
4 - O racismo e o colonialismo são modos socialmente gerados de ver e viver no mundo. A colonização gerou sociedades psicologicamente doentes, conforme Fanon ressaltou. Somos a evidência disso.
5 - O racismo é um problema patológico nosso, dos brancos, inclusive dos que (como eu) foram civilizados por saberes pretos. Precisamos pensar e agir sobre a nossa incontornável branquitude. Isso já virou uma questão de, no mínimo, compostura.
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