sexta-feira, 5 de julho de 2019

Moro está desesperado e cometeu mais um crime hoje

Luis Costa Pinto
Moro, a assessoria imprópria do Ministério da Justiça que configura peculato e as marcas de batom na cueca do ex-juiz e de seus procuradores amestrados.
A "Nota à imprensa" do Ministério da Justiça com link abaixo revela que:

1. Moro, o ex-juiz, está realmente desesperado. Não fosse assim, seguiria desdenhando das revelações decorrentes do furo jornalístico do The Intercept.

2. Usar a estrutura de assessoria de imprensa paga com verba do Ministério da Justiça (Poder Executivo) para tentar justificar comportamentos impróprios de Sérgio Moro enquanto juiz federal (Poder Judiciário) configura crime de peculato no entender do Ministério Público Federal.

A procuradora Raquel Branquinho assinou diversas Ações Civis Públicas baseadas nessa tese durante o processo do Mensalão. Por que não o faz agora? Onde está o peculato, segundo raciocínio de Branquinho (hoje assessora direta de Raquel Dodge, PGR)?

No fato de um gestor público (o ora ainda ministro Moro) locupletar-se de verba pública (o orçamento do MJ) para defender-se de acusação feita a ele quando encarnava o papel de juiz em outro poder (Judiciário) e tratando da reputação do Moro (o que configura interesse privado). (Ou do que resta dela).

Seguindo a tese do MP, então, o ex-juiz tem de ressarcir os cofres públicos da assessoria que recebeu até aqui paga com verba pública - e arcar com a assessoria pessoal daqui para a frente.

3. Ao contorcer os argumentos para tentar explicar o inexplicável pavor da delação de Eduardo Cunha a nota à imprensa da assessoria imprópria do MJ ao ex-juiz Moro revela que ele tinha ao menos uma estratégia definida para não perder o foro das ações contra seus inimigos - sim, enquanto juiz Moro deixa claro que tinha inimigos políticos.

4. A assessoria de imprensa imprópria do MJ para o ex-juiz, coordenada pela esposa de um repórter da Globo, está desafiada a apresentar comunicações e relacionamentos semelhantes entre o ex-juiz e réus ou pacientes de quaisquer ações que correram na Vara de Moro. Até mesmo do advogado de Leo Pinheiro, que escreveu aquela carta pedestre ontem para tentar livrar a cara do ex-juiz. Se, como diz a justificativa de Moro, acelerar ou postergar petições, tramitar esboços de manifestações por redes sociais para não perder prazos, é comportamento "legal e oportuno", então prove-se - nem que seja por testemunho de advogados! - que ele já fez isso em benefício de réus.

Claro que não responderão a esse desafio, afinal a preocupação de Moro tinha sempre um lado: o seu, o de suas ações, e sempre funcionava na relação exclusiva que ele mantinha com seus comandados do MP curitibano.


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