domingo, 3 de fevereiro de 2019

Militares constroem cercadinho para Ernesto Araújo brincar no Itamaraty

Militares tutelam Itamaraty após erros do chanceler Ernesto Araújo

Jornal GGN - Em menos de 1 mês de governo Bolsonaro, o combo de decisões e movimentos errados do chanceler Ernesto Araújo fez o Ministério das Relações Exteriores sofrer uma espécie de "intervenção militar", nas palavras da Folha de S. Paulo deste domingo (3).
"A ala militar do governo promoveu uma espécie de intervenção branca no Itamaraty, tutelando os movimentos do chanceler Ernesto Araújo sobre temas considerados sensíveis — crise na Venezuela à frente", afirmou o jornal.
Segundo o jornal, Araújo deixou os militares da ativa de cabelo em pé depois que eles descobriram que o chanceler, em reunião do Grupo de Lima em Caracas, assinou um documento se comprometendo a acabar com a cooperação militar entre o Brasil e a Venezuela.

É justamente por meio dessa cooperação militar que o governo brasileiro se mantém informado sobre a crise que permeia o governo Maduro. A decisão de Araújo - que não tem experiência em postos fora do País - se deu sem consulta às Forças Armadas, o que irritou mais ainda o setor militar. Alguns, segundo a Folha, sugeriram a demissão do chanceler. "Outros ponderaram sobre o dano de imagem que tal queda geraria e sugeriram que ele se consultasse mais com os ministros egressos da área militar."

De acordo com o jornal, na frente das câmeras, militares tentam ser "diplomáticos" nas críticas a Araújo. O vice-presidente Hamilton Mourão é um militar que tem passe livre para desbancar o chanceler, já que ocupa um cargo que não pode ser demitido. Apesar de ter começado a desautorizar Araújo com frequência, Mourão ainda tenta ser polido. Mas, em off, a depender do assunto (como os artigos escritos pelo ministro no passado), os militares fazem "chacota".

Araújo já teve suas decisões corrigidas por Mourão ou pelo general Augusto Heleno em outras duas pautas: na transferência da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém (o governo já recuou com medo de retaliação econômica dos árabes) e na oferta de uma base militar para os Estados Unidos (proposta que soou como uma heresia entre os militares da ativa).
"Mourão também trocou farpas públicas com Olavo de Carvalho, o misto de escritor e ideólogo a quem Araújo deve seu discurso político e a indicação, feita por meio de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL-SP. Ele, Araújo e o assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, são alunos de Olavo engajados no projeto de 'livrar o Itamaraty das amarras ideológicas', como diz o presidente", lembrou a Folha.

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