Moisés Mendes
É complicada a situação de Sergio Moro no caso da anunciada investigação das movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald.
O Ministério Público Federal determinou que o Tribunal de Contas da União apure se o jornalista é de fato investigado pelo Coaf. O TCU já determinou que o Ministério da Fazenda esclareça com urgência se a sindicância existe.
Por que Moro fica numa situação delicada? Se a informação for confirmada, ficará provado que o jornalista está sendo caçado pelo governo.
Segundo: Moro terá de esclarecer se foi ele quem determinou a investigação, que teria sido acionada pela Polícia Federal, que está sob seu comando. Terceiro: como o site O Antagonista ficou sabendo da investigação e deu a notícia como furo?
Se o Coaf disser que não investiga o jornalista, o mesmo Antagonista fica numa situação complicada (mais uma vez) porque terá plantado uma informação como ameaça ao jornalista que denunciou, pela divulgação das conversas da Lava-Jato, o conluio de Moro com o procurador Deltan Dallagnol.
De qualquer forma, com a confirmação ou não da bisbilhotagem, continuará a suspeita de que Moro teria aparelhado o Ministério da Justiça para perseguir inimigos, como vários deputados denunciaram quando do depoimento do ex-chefe de Dallagnol na Câmara.
O aparelhamento teria o suporte de sites que desde o golpe tentam proteger a Lava-Jato. O Antagonista, de Diogo Mainardi, serviçal da extrema direita, é a principal trincheira, com franquias informais de apoio a Moro espalhadas pelo Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul.
Há jornalistas gaúchos fazendo o marketing da Lava-Jato, alguns sem qualquer disfarce, como fizeram quando do golpe. Para eles, Moro é exemplo de juiz e de correção.
Mas podem se preparar para o que aconteceu com outros gurus da direita. Se Moro cair em desgraça, eles saltam fora logo.
A direita joga os seus fracassados na sarjeta, como jogou Aécio, Serra e Cunha. Sergio Moro já está na fila.
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