Moisés Mendes
A jornalista Monica Bergamo faz uma maldade com Sergio Moro hoje. No depoimento na Câmara, o ex-juiz tentou desqualificar a jornalista, definindo-a como cronista social.
Foi grosseiro com todos os jornalistas, até porque o que Moro mais gosta é de crônica social, antes ao lado de tucanos e agora sendo cortejado por bolsonaristas bacanas.
Hoje, Monica diz que Moro poderá ser vice de Bolsonaro em 2022, numa eleição que está tão perto quanto a Patagônia. Monica joga Moro para 2022 e numa posição constrangedora, como vice de alguém que talvez nem complete 2019. É maldade com o ex-juiz.
Moro não deveria ter desafiado o jornalismo. Hoje, a Folha bate nele da manchete (sobre manipulação de dados da criminalidade) até os colunistas, incluindo Demétrio Magnoli.
A principal matéria é sobre o delito cometido por Moro ao passar para Bolsonaro relatórios da Polícia Federal sobre a investigação dos laranjas do PSL de Minas, comandados pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio. Ele não poderia ter feito isso, porque o inquérito na Justiça Eleitoral corre em segredo de Justiça.
Daniela Lima, na coluna Painel, diz que ministros do Supremo que antes estavam apenas assustados com as conversas de Moro e Dallagnol agora estão convencidos de que eles cometeram falta grave. Não é falta, é crime.
Daniela comenta também a posição do jurista Miguel Reale Júnior. “Um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, Reali Júnior subiu o tom de suas avaliações sobre o caso. Ele, que antes dizia que era preciso aguardar os desdobramentos, agora afirma que “se vê efetivamente um pendor do juiz na orientação da acusação”.
Em outra reportagem do UOL, que também é da Folha, os jornalistas Eduardo Militão e Vinicius Konchinski informam que a Polícia Federal apura o vazamento de mensagens de Telegram do ex-juiz e de procuradores da Lava Jato, mas não investiga o conteúdo das conversas.
Mas, segundo investigadores da própria PF e juristas ouvidos pelo UOL, a apuração deveria ser completa, como determina a legislação brasileira, já que as mensagens podem revelar crimes. O problema é que o investigado investiga a si próprio.
A Folha foi pra guerra com o ex-chefe de Dallagnol. Quem vai pedir a primeira trégua?
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