Começam a surgir respostas ao acordo UE-Mercosul:
- O uso de nomes como conhaque (Dreher!), prosecco e Budweiser (a da Ambev!) ficará proibido no Mercosul
- São alguns dos produtos com indicação geográfica: o produto só pode usar aquele nome se produzido em certo local
- Para quem pensa que é briga semântica: estudos da UE indicam que um produto com indicação geográfica custa, em média, 2,23 vezes mais do que um produto não reconhecido
- A UE vende US$ 60 bi/ano de produtos com indicação geográfica para o mundo. Uma besterinha?
- A UE teve 357 indicações geográficas reconhecidas pelo Brasil (vinho verde de Portugal, roquefort francês, presunto tirolês da Áustria, etc...)
- O Mercosul teve 61 indicações geográficas reconhecidas pela UE. Tirando a cachaça, o resto tem pouco valor de mercado
- Aí chegamos ao caso de onde o bicho pegava: queijo parmesão. A solução encontrada pelo Brasil e pelo Mercosul foi muito boa
- A restrição ao uso do nome valerá apenas para novos produtores. Os produtores que já vendiam parmesão com esse rótulo antes de 2017 podem continuar
- A solução encontrada atende pelo jargão de princípio "grandfather" (algo como cláusula do vovô): muitos produtores carregam técnicas e métodos de produção de seus ancestrais. Um queijo parmesão produzido na fazenda de imigrantes italianos no RS poderá continuar usando o nome!
- O queijo parmesão era a principal resistência brasileira aos pedidos europeus por reconhecimento de indicação geográfica porque há muitos produtores locais e o valor movimentado é alto. Basta ver a quantidade de parmesão ralado (nacional) nos restaurantes italianos!
- Outros produtos com produção nacional não tiveram a mesma solução. Destaco os casos do conhaque (o Dreher é o mais famoso entre os universitários que vão ao balcão do bar durante o inverno), prosecco (relevante produção no RS) e cerveja Budweiser
- Curiosíssimo caso da Budweiser: no século XIX, um jovem americano chamado Adolphus Busch fez uma viagem à Europa para buscar técnicas de aperfeiçoamento da fermentação de cervejas. Na região da Boêmia, encantou-se com o processo no vilarejo de Budweis
- Na volta, Busch se casou com a filha do dono da cervejaria Anheuser e criou a Budweiser
- Mas opa: a República Tcheca diz que a original é a Budvar tcheca. Os tchecos entraram na UE em 2004 e segue-se tal interpretação em toda a Europa. A marca Budweiser está vetada na UE
- Agora, essa interpretação se estende também para o Mercosul. Curioso que a Anheuser-Busch virou AB InBev, que transferiu a licença perpétua da Budweiser para a argentina Quilmes, comprada pela Ambev.
- Tanta história para acabar assim (hahahaha)
- Ufa!!!
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