Mais do que demitido, ministro da Educação deveria ser expulso do Brasil.
Por Carlos Fernandes
Nunca antes na história desse país um ministro da Educação (ou qualquer outro) humilhou tanto o povo brasileiro como Ricardo Vélez Rodriguez.
Espécie de amostra grátis da miséria intelectual do atual governo, o colombiano que por reiteradas vezes deu demonstrações incontestáveis de sua incapacidade generalizada, ultrapassou de vez os limites da decência ao chamar os brasileiros de ladrões e canibais.
Ignaro às últimas consequências, utiliza-se do seu cargo no comando da educação brasileira para aviltar figuras históricas do pensamento educacional do país.
As ofensas gratuitas a intelectuais como Leonardo Boff e propostas de retiradas das homenagens ao Patrono da Educação Brasileira, o educador Paulo Freire, insultam tudo o que foi a longa e árdua construção do nosso conhecimento.
Vélez não é só um pedante incapaz de reconhecer suas próprias limitações, é também um estrangeiro acolhido pela República Federativa do Brasil que, a despeito disso, vive de diminuí-la e ridicularizá-la.
Ainda que pese reproduzir o que esse estulto afirmou em sua última entrevista sobre todos nós brasileiros, faz-se necessário grifá-la para que se grave bem o que o néscio pensa sobre o povo que o abrigou e que paga o seu salário.
“O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba assentos salva-vidas do avião. Ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”.
Para um governo que se elegeu sob o lema mequetrefe de “Brasil acima de tudo”, permitir que um colombiano assuma uma posição de destaque apenas para nos chamar de ladrões só corrobora com a ideia de que Jair Bolsonaro é na verdade o último dos impatriotas.
Menos pelo dever mínimo da compostura no alto escalão do governo, a obediência à lei recomendaria não só a sua demissão imediata do cargo, mas, sobretudo, sua expulsão do país.
Vejamos o que diz o artigo 65 do Estatuto do Estrangeiro (Lei n° 6.815/80):
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
De barato Vélez se enquadra em pelo menos duas das condições acima elencadas que justificariam a sua expulsão do Brasil.
Propostas suas como a segregação do ensino superior e a abolição do pluralismo ideológico no debate político-educacional brasileiro afrontam miseravelmente os interesses nacionais.
Da mesma forma, querer repaginar o que de fato foi a ditadura militar brasileira transformando-a como uma opção presente e possível para o Brasil fere criminosamente a segurança nacional e o Estado Democrático de Direito.
Ricardo Vélez Rodriguez, por tudo o que já fez e propôs, não pode passar mais um minuto na cadeira que ora ocupa.
Mais do que isso, se num governo minimamente nacionalista e patriota estivéssemos, sua expulsão do Brasil já deveria ter sido prontamente expedida.
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