PEPPAS
Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que a comparação entre Joice Hasselmann e Peppa Pig é, antes de tudo, injusta.
Peppa é uma adorável porquinha que vive aventuras singelas em um mundo edulcorado de carinho e compreensão, onde, por isso mesmo, não há humanos. Peppa emana empatia e amor na sua relação onírica com a sociedade que a cerca, uma criaturinha infantil plena de sua essência e cheia de pequenos gestos de generosidade com os pais e o irmãozinho pequeno, George.
Joice é uma besta fera.
Não preciso ter visto o Roda Viva para cravar, sem chance de erro, que sua presença deve ter sido um show de arrogância e cinismo. Trata-se de uma mulher violenta, pernóstica e capaz de fazer qualquer coisa para nutrir sua vaidade incontida e sua atrabílis mal cheirosa.
A única razão para chamá-la de Peppa é o fato de ela ser gorda. Mais do que isso: o fato de que, quanto mais deplorável ela se torna, mas gorda ela fica. Como se houvesse uma relação maligna entre sua personalidade odiosa e a crescente adiposidade que lhe estufa as formas.
Claro, não há. É só uma tentação cafajeste de insultar uma mulher que parece não se importar com insulto algum, como é comum a sociopatas.
Por isso, nunca será justo apelar para a gordofobia para atingi-la.
No mundo miserável de Joice, a doce Peppa Pig já teria sido devorada viva pelos dementes que a seguem nas redes sociais.
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