Luis Felipe Miguel
Vendo o que está ocorrendo na América Latina hoje, é impossível não se perguntar: e o Brasil?
As agressões aos direitos, a política de pauperização das maiorias, a entrega das riquezas a grupos estrangeiros, a falência da democracia representativa, o desmonte das políticas sociais e a montante da violência do Estado - não há outro país em que estes processos estejam ocorrendo de maneira tão acelerada e tão profunda.
No entanto, imperam a passividade, a resignação e, em círculos minoritários mas não irrelevantes, até a adesão ao projeto no poder.
Sabemos há muito tempo que é balela a ideia de que a história do Brasil é "pacífica". Mas temos que reconhecer: a desproporção entre a violência dos dominantes e a reação dos dominados é brutal.
Talvez isso se deva à competência superior das nossas classes dominantes. Ou - talvez mais provável - à nossa incompetência para fomentar a resistência.
Sei é que, enquanto a preocupação maior for montar as chapas para as eleições do ano que vem, não sairemos disso.
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